Os jogos entre Atlético Huila (Colômbia) e Peñarol (Uruguai) e entre Deportivo Cuenca (Equador) e Estudiantes Caracas (Venezuela) abrem nesta sexta (11) a 11ª edição da Taça Libertadores da América Feminina.
O torneio será disputado até o dia 27 de outubro. Os representantes do Brasil na competição continental são Ferroviária e Corinthians, respectivamente atuais campeão e vice do Campeonato Brasileiro.
A Libertadores será no Equador, país que vive período tumultuado após o Governo decretar a eliminação de subsídios de combustíveis. Os jogos estão marcados para Quito, justamente o centro dos protestos, que fizeram o presidente equatoriano Lenin Moreno transferir a capital para Guayaquil, no litoral do país. Um decreto assinado na última quarta (9) também restringe a livre circulação de pessoas em pontos estratégicos por 30 dias, entre 20h e 5h.
Por conta das manifestações, o Corinthians, que está em Quito desde domingo, e o Libertad/Limpeño (Paraguai) tiveram que trocar de hotel para uma região mais afastada do centro. O timão, inclusive, teve um dos treinos cancelados por questões de segurança. Em meio ao tumulto, o Comitê Organizador Local do evento informou, em nota, que tem se reunido com autoridades da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), delegados e polícia “para garantir a logística de chegada das delegações”. Além disso, anunciou que, ao lado da Federação Equatoriana de Futebol, encontra-se “em permanente monitoramento para que o torneio se inicie com as garantias e segurança necessárias”.
Os estádios Olímpico Atahualpa e Casablanca foram selecionados para receber a disputa. Os 16 participantes estão divididos em quatro grupos com quatro times em cada. Os dois primeiros avançam às quartas de final. Daí em diante, as equipes se enfrentam em jogos eliminatórios até a decisão, marcada para o próximo dia 27.
Campeãs embaladas
A Ferroviária será o primeiro time brasileiro a estrear. Nesta sexta, às 21h30 (horário de Brasília), as guerreiras grenás enfrentam o Mundo Futuro, da Bolívia. O clube paulista, quarto no Brasileirão do ano passado, ganhou vaga na Libertadores após desistências de Rio Preto, vice-campeão nacional em 2018 e que encerrou o departamento de futebol feminino, e Flamengo, terceiro colocado, mas cujo elenco — formado em parceria com a Marinha — disputará os Jogos Mundiais Militares.
Além das bolivianas, a equipe de Araraquara (SP), campeã da América em 2015, terá pela frente Estudiantes Caracas e Deportivo Cuenca pelo grupo B.
“É uma responsabilidade muito grande, pelo tamanho da competição. Mas estamos muito focadas. As meninas estão com uma motivação a mais pelo título brasileiro. Dá confiança para o trabalho ser continuado. Crescemos muito no fim do Brasileiro. Então, que possamos acrescentar alguns detalhes que a competição (Libertadores) necessita. Ela tem uma característica intensa, 16 dias (de competição), jogos a cada três dias”, disse a técnica Tatiele Silveira em entrevista coletiva.
Invencibilidade histórica
Já o Corinthians está no grupo C, com América de Cali (Colômbia), Libertad/Limpeño e Club Ñañas, que jogará em casa e será o primeiro rival das alvinegras neste sábado (12) às 19h (horário de Brasília). O timão, que disputa a Libertadores pelo título nacional conquistado em 2018, busca o primeiro troféu continental em “voo solo”, já que foi campeão em 2017 como parceiro do Audax.
Apesar da perda do título nacional deste ano justamente para a Ferroviária, a equipe paulistana chega ao torneio embalada pela sequência de 37 jogos sem perder, com 34 vitórias seguidas, recorde no futebol brasileiro em jogos oficiais.
“A preparação é a mesma feita de todo o ano e que vem dando muito certo. Temos jogado um grande futebol. Agora, é questão de se adaptar aos estilos de cada país. Sabemos que o primeiro adversário tem a vantagem de ser o time da cidade, mais adaptado à questão da altitude [2,8 mil metros acima do nível do mar]. Considero que o nosso grupo e o A são os mais equilibrados. O que é bom, pois nos coloca um grande desafio”, destacou o técnico Arthur Elias, campeão da Libertadores na parceria Audax/Corinthians, em depoimento às redes sociais do timão.
Tradição brasileira
Em 10 edições, o Brasil teve o campeão sul-americano em sete ocasiões. O São José, com três títulos, é o maior vencedor, seguido pelo Santos, duas vezes ganhador. As sereias da vila estiveram perto do tri no ano passado, quando a Libertadores foi disputada em Manaus, mas foram superadas nos pênaltis pelo Atlético Huila.
Além das colombianas, da Ferroviária e do Audax/Corinthians, também venceram a competição uma vez as chilenas do Colo-Colo e as paraguaias do Sportivo Limpeño, que neste ano disputam em parceria com o Libertad. (EBC)