O Brasil voltou a ser um dos países em estado de alerta para grandes surtos do sarampo. De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, entre 2018 e 2021, foram registrados 39,3 mil casos e 40 óbitos.
A situação é considerada “alarmante” pela pasta em um informe técnico com detalhes sobre a Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que ocorrerá entre 4 de abril e 3 de julho. O ministério admite que a cobertura vacinal no país não consegue atingir todo o público-alvo.
“As coberturas vacinais municipais ainda são heterogêneas no Brasil, favorecendo a formação de bolsões de não vacinados e a ocorrência de novos surtos, sendo importante a realização de estratégias de vacinação que possam minimizar o risco da ocorrência dessa doença”, afirma.
O ministério alerta ainda que são necessários esforços para reverter o quadro. “Diante deste cenário, há necessidade da união de esforços para a realização de ações de vacinação robustas com o objetivo de interromper a circulação do sarampo e manter o status de país livre da rubéola, considerando que estas ações são concorrentes para as duas doenças, em razão da disponibilidade de uma vacina que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola (vacina tríplice viral)”, acrescenta.
De acordo com o órgão, em 2015, o Brasil havia registrado os últimos casos de sarampo. Em 2016, o país chegou a receber o certificado internacional de eliminação do vírus endêmico. Mas a situação começou a mudar em 2018, quando o vírus foi reintroduzido no país, causando um surto com 9,3 mil casos. Em 2019, os índices dobraram: puxados por um surto no estado de São Paulo, foram computados 20,8 mil casos da doença, fazendo com que o Brasil voltasse a ter transmissão ativa e circulação endêmica.
Em 2020, foram 8,4 mil registros positivos e, em 2021, 668 pessoas contaminadas. Até março de 2022, foram registrados nove casos. (A Tarde)