O piloto Luiz Augusto Volpiano Pereira, de 58 anos, morador de Paraguaçu Paulista (SP), que morreu na manhã de quarta-feira (16) durante o pouso forçado no mar de um helicóptero da Petrobras na Bahia, será velado e sepultado nesta sexta-feira (18), na capital paulista, onde moram familiares.
A professora Rosana Aparecida Silva Volpiano, de 47 anos, esposa do piloto, que possuía mais de 25 anos de experiência na função, sendo 15 deles na empresa terceirizada que presta serviços à Petrobras, relatou ao g1 que o marido vinha apresentando recentemente em suas folgas uma “enorme tensão” em função de outras panes e pousos forçados que precisou enfrentar recentemente.
“Ele chegava aqui para a folga já reclamando que estava muito, muito tenso, por conta desse tipo de situação. Ele me disse mais de uma vez que precisou voltar para a base logo após decolar porque percebeu que havia algum problema mecânico”, disse Rosana.
Luiz Augusto mantinha uma rotina de trabalho de 15 dias voando para várias plataformas do país e os outros 15 dias de folga em Paraguaçu Paulista.
A professora também admitiu ao g1 sua tristeza por acreditar que o marido possa ter sido “esquecido” na aeronave após salvar todos os ocupantes, segundo informações que recebeu de colegas do marido.
“Ele [Luiz Augusto] era muito experiente, deve ter percebido o problema mecânico e tentou salvar todo mundo com o pouso forçado e caiu no mar. Todo mundo saiu e justamente o piloto ficou dentro da aeronave, que virou no mar e ele pode ter se afogado”, afirmou Rosana.
A professora também reclamou que só ficou sabendo da morte do marido mais de três horas após o acidente, e, ainda por cima, através do delegado de Paraguaçu Paulista, e não da empresa para a qual ele trabalhava.
“Eles [empresa] não tinham meu contato e nem de ninguém da família. A polícia da Bahia é que teve a iniciativa de ligar para a delegacia de Paraguaçu, acreditando que, por ser uma cidade pequena, o delegado daqui conhecesse a família dele. E foi o delegado que veio até minha casa e me comunicou da morte do meu marido”, disse a esposa.
O piloto, de 58 anos, deixa a esposa e duas filhas, de nove e 15 anos. O velório dele deve começar por volta das 12h e o sepultamento está programado para as 15h, no cemitério Parque Jaraguá, na Vila Sulina, próximo à Via Anhanguera.
Consultada pela reportagem, a Líder Aviação, dona do helicóptero do modelo Sikorsky S-76C++ que Luiz Augusto pilotava, ainda não se manifestou sobre as circunstâncias do acidente e possíveis panes relatadas pela esposa do piloto.