A Câmara de Vereadores de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, aprovou a revogação da doação de um terreno cedido à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A decisão, tomada em sessão extraordinária na quarta-feira (12), recebeu o apoio de 13 dos 15 vereadores e gerou protestos da comunidade acadêmica.
O espaço de 60,3 mil m² seria destinado à construção de um novo campus, mas a falta de recursos federais inviabilizou o projeto. O debate foi acalorado, com a vereadora Luana Carvalho (PT) sendo a única a votar contra. Ao defender a UFRB, ela foi vaiada e classificou a medida como “um crime contra a educação pública de Santo Amaro”.
Os parlamentares favoráveis justificaram a reversão com o argumento de que a destinação do terreno para a iniciativa privada impulsionaria a geração de empregos e renda.
A reitora da UFRB, Georgina Gonçalves dos Santos, expressou “profunda indignação” e afirmou que buscará reverter a decisão. Em nota, a instituição destacou que a UFRB é a “maior política pública da história do Recôncavo da Bahia” e que a decisão representa um retrocesso.
Já a Universidade Federal da Bahia (UFBA) manifestou solidariedade à UFRB, classificando a medida como prejudicial à expansão do ensino superior no estado.
A construção do campus nunca saiu do papel por falta de repasses federais. O Governo relançou o PAC em 2023 com investimentos de R$ 240 bilhões, mas a obra em Santo Amaro não foi incluída no programa. O projeto arquitetônico chegou a ser elaborado, com custo estimado em R$ 45 milhões.