A forte chuva que atinge Salvador desde a madrugada desta terça-feira (26) foi provocada por uma frente fria que passou pelo Oceano Atlântico no começo desta semana, e avançou pelo leste da Bahia. De acordo com a meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), apesar do temporal, o fenômeno climático não chegou a atuar diretamente no estado.
“Essas chuvas são comuns nesse período do ano, não é nada fora do normal. A frente fria passou pelo oceano, mas não chegou a atuar pelo estado. Acontece que, quando ela passa, algumas nuvens carregadas ficam pela costa litorânea. Essas nuvens são reforçadas pelos dias que têm sido bastante quentes. Junta a umidade e a temperatura elevada e a gente tem nuvens com maior capacidade de chuva”, detalhou a meteorologista.
Cláudia Valéria explica ainda que o tempo fechado deve permanecer na capital baiana e na região metropolitana até a quarta-feira (27), com menor intensidade do que nesta terça. Na quinta-feira (28), o sol já deve voltar a aparecer.
“A partir de amanhã [quarta, 27], a gente já começa a observar uma melhoria no tempo. Hoje [terça, 26] durante a tarde, a gente já teve menos volume de chuva do que pela manhã. A tendência é que haja mais redução destes volumes. Na quinta-feira o sol já deve voltar a aparecer”, pontuou.
Até as 10h desta terça, Salvador já havia registrado uma maior quantidade de chuva do que o esperado para todo o mês de novembro: 114 mm de chuva, enquanto a média histórica do mês é de 106 mm.
O volume aumentou no decorrer do dia e, até as 16h, o Inmet havia registrado 150 mm no acumulado da chuva. Já a Defesa Civil contabilizou 170 mm de chuva, sendo que em alguns bairros da capital, como Liberdade e São Caetano, durante os picos do temporal, o acumulado chegou em 250 mm.
Entre as localidades com situação mais crítica em Salvador estão os bairros do Bom Juá, Liberdade e São Caetano, que tiveram grande volume de chuva.
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) informou que as sirenes do sistema de alerta e alarme, que indica que os moradores devem deixar suas casas imediatamente e ir para locais de acolhimento, foram acionadas na Baixa de Santa Rita, Calabetão, Bom Juá, Vila Picasso, Voluntários da Pátria, Baixa do Cacau, Bosque Real, Mamede e Moscou.
Por causa do alto risco de deslizamento nessas áreas, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) notificou a Codesal, que colocou as localidades como nível de alerta máximo para incidentes.
Até as 17h, a Codesal registrou 306 ocorrências, a maior parte delas de alagamento de imóveis: 98. Os outros registros foram: 96 deslizamentos de terra; 28 ameaças de deslizamento; 26 ameaças de desabamento; 15 desabamentos de muro; 15 desabamentos parciais; 10 alagamentos de áreas; 6 avaliações de imóveis alagados; 4 desabamentos de imóveis; 3 árvores caídas; 2 pistas rompidas; 1 árvore ameaçando cair; 1 destelhamento e 1 infiltração.
A Defesa Civil alerta que, em caso de emergência, a população pode ligar para o telefone 199. A ligação é gratuita. (G1/Ba)