A cantora Anitta revelou, durante uma conversa com Sabrina Sato, que sofre da chamada “cistite de lua de mel”, uma inflamação que atinge a uretra (canal de saída da urina) e a bexiga.
“Um problema péssimo que eu tenho é cistite de lua de mel. Eu não posso transar com alguém muito avantajado que eu não consigo caminhar no dia seguinte. É horrível! E não tem nada a ver com bactéria, não, gente, é porque já socou muito lá e aí inflamou, entendeu?”, disse Anitta em vídeo publicado no canal de Sabrina Sato.
Apesar da afirmação de Anitta de que o problema tem relação com o tamanho do pênis do parceiro, especialistas ouvidos pelo g1 apontam que, na verdade, o problema está relacionado com posição da uretra da mulher, que por estar muito próxima do canal vaginal e do ânus, pode favorecer a entrada de bactérias.
- O que é cistite de lua de mel?
- Como ocorre?
- É possível desenvolver cistite de outros modos?
- O tamanho do pênis pode influenciar no aparecimento da cistite?
- Quais os sintomas da doença?
- Por que a cistite aparece mais em mulheres do que em homens?
- Quais as recomendações para evitar infecção urinária?
- Como é feito o tratamento?
1. O que é cistite de lua de mel?
Cistite de lua de mel é o nome popular da cistite pós-coito, uma inflamação que acomete a uretra e a bexiga, após uma relação sexual.
2. Como ocorre?
A inflamação está relacionada à translocação de bactérias do canal vaginal e/ou intestinal para a uretra durante o ato sexual.
Muitos micro-organismos vivem e desempenham funções importantes dentro do organismo humano. Contudo, é preciso respeitar a flora de cada uma dessas bactérias, ou seja, levar bactérias de uma região para outra pode ocasionar em infecções e inflamações.
“A posição anatômica da uretra, que fica muito próxima da entrada da vagina e do ânus, favorece esse tipo de problema, já que pode ocorrer a entrada de bactérias do trato vaginal ou intestinal”, explica a ginecologista Fabia Vilarino.
A translocação de diferentes bactérias está associada ao desenvolvimento da cistite, mas os casos mais frequentes são de Escherichia coli (ou E. coli), uma bactéria do trato gastrointestinal.
“Durante uma penetração vaginal, é possível que algumas bactérias da região perianal ou na virilha cheguem na uretra ou se proliferem”, explica a ginecologista Mariana Viza.
3. É possível desenvolver cistite de outros modos?
Sim. Segundo Viza, algumas pessoas têm essa bactéria (E.coli) na flora vaginal e ela pode se multiplicar não só quando ocorre a relação sexual, mas também devido ao estresse, ansiedade, imunodeficiência, entre outros.
“Eu costumo brincar que a vagina é muito dedo-duro porque, às vezes, a pessoa está com algum problema de cunho psicoemocional e o resultado é uma infecção urinária”, diz Viza.
4. O tamanho do pênis pode influenciar no aparecimento da cistite?
Não. De acordo com a ginecologista Mariana Viza, o tamanho do pênis não interfere e não influencia na ocorrência de infecção de urina – e nem dos orgasmos.
“O que pode ocorrer é uma laceração no fundo da vagina, mas isso não ocorre por causa do tamanho do pênis, e sim por causa da intensidade (o atrito) da relação”, diz Viza.
O atrito, de acordo com Vilarina, pode causar pequenas fissuras na região, o que favorece a entrada de bactérias.
“Isso pode levar a um ardor ou desconforto principalmente durante a micção”, completa a ginecologista.
5. Quais os sintomas da doença?
Os principais sintomas são ardor e desejo repentino de urinar mesmo com a bexiga vazia. Casos mais graves podem apresentar dor abdominal e febre.
6. Por que a cistite aparece mais em mulheres do que em homens?
A uretra nas mulheres é muito mais curta do que nos homens, e isso favorece que as bactérias tenham acesso a ela mais facilmente. Nas mulheres, a uretra mede cerca de 5 centímetros, enquanto nos homens o comprimento é de aproximadamente 12 centímetros.
Além disso, ela está muito próxima do clitóris e da entrada da vagina.
7. Quais as recomendações para evitar infecção urinária?
A principal recomendação é não ter penetração vaginal após a relação anal.
“A gente orienta que, se você teve uma relação anal, não deve ter relação vaginal logo em seguida porque há uma quantidade muito grande de E.coli na região do canal anal. Por isso, essa troca não é recomendada”, explica Viza.
Segundo ela, a regra vale para o estímulo com o pênis, vibrador ou mesmo a mão.
Além disso, as especialistas recomendam sempre esvaziar a bexiga (fazer xixi) após o ato sexual para minimizar as chances de infecção urinária.
8. Como é feito o tratamento?
Após os primeiros sinais de inflamação, a paciente deve procurar um médico para avaliar o quadro clínico.
O tratamento, geralmente, é feito com antibióticos. (G1)