A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu as estimativas para o PIB e para o desempenho industrial este ano. Para a entidade empresarial, a economia brasileira vai crescer 0,9% em 2022 – e não mais 1,2% como previsto antes. Já a previsão para a indústria nacional passou de alta de 0,5% para 0,2% positivo, puxada pela indústria extrativa devido a demanda por commodities. A projeção do PIB da indústria de transformação neste ano é de uma queda de 2%.
“A revisão se deve à guerra entre Rússia e Ucrânia, à pandemia, que continua provocando interrupções de produção na China, à inflação persistente e à sinalização de elevação dos juros acima do que esperávamos”, ressaltou a confederação, no Informe Conjuntural. Segundo disse a CNI no documento, “os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia impactam o Brasil diretamente, pelos fluxos comerciais entre o Brasil e os dois países, e indiretamente, pelos seus efeitos sobre preços de commodities e nas cadeias de suprimentos.”
A expectativa da CNI para 2022 é que a indústria de transformação apresente também um recuo da produção em razão da persistência dos problemas com custos e não normalização da cadeia de suprimentos. “Do lado da demanda, não se espera uma recuperação vigorosa da renda real, tendo em vista a persistência inflacionária. Somada à taxa de juros elevada, que desestimula a aquisição de bens de maior valor, o cenário é desfavorável para o consumo de bens de consumo duráveis”.
Para a inflação, “a continuidade do aumento da Selic, o desemprego ainda elevado, o arrefecimento da atividade econômica e a normalização parcial do ritmo de aumento dos preços internacionais devem levar a inflação a fechar 2022 em 6,3%”. Antes, a estimativa para o IPCA estava em 5%. O cenário atual considera que a taxa de câmbio deve variar em torno de R$ 5,00 ao longo de 2022. (CNN)