O cacique Raoni Metuktire, 90 anos, maior liderança indígena do Brasil, foi transferido de avião para um hospital mais bem equipado na noite do último sábado (18), devido a um “agravamento de seu estado”. O cacique está hospitalizado há três dias.
De acordo com o UOL, a unidade hospitalar para onde Raoni foi transferido informou que o cacique apresentou “sinais de melhora” com um aumento da pressão arterial, após receber primeiros cuidados.
“Ele apresentou hoje um agravamento do estado de saúde, com alta em sua anemia e uma degradação das funções renais (…) provavelmente devido a uma hemorragia digestiva”, informou o hospital Santa Inês, localizado na cidade de Colíder, no Mato Grosso.
“Raoni está sofrendo uma hemorragia digestiva. Somente um diagnóstico mais preciso indicará onde está localizado o sangramento”, havia explicado o doutor Eduardo Massahiro Ono, cirurgião-geral do hospital Santa Inês.
Ontem o Instituto Raoni divulgou uma nota sobre o estado de saúde do cacique. “Ele começou a apresentar sintomas de desidratação há oito dias e foi transferido de sua aldeia, no Território Indígena Capoto-Jarina, para um hospital em Colíder, na quinta-feira, 16. Em função de sua idade, seu estado de saúde inspira cuidados e, até o presente momento, não foi possível determinar a causa que resultou em severa anemia”, declarou a organização.
O cacique Raoni perdeu a mulher no mês passado, e desde então, vem apresentando um quadro depressivo. O índio se alimenta com dificuldade e se queixa de fraqueza. A piora do seu quadro é devido ao agravamento de uma anemia e problemas renais.
Críticas ao governo Bolsonaro
Em entrevista ao Estadão, no mês de junho do ano passado, Raoni criticou à forma como o governo Bolsonaro tem conduzido as políticas indigenistas. Ele chegou a dizer que seu povo corre o risco de desaparecer, se nada for feito.
“Queremos dialogar com o governo, mostrar a ele que nós, indígenas, não aceitamos o que Bolsonaro pensa sobre nós, não aceitamos a violação dos direitos indígenas e dos territórios indígenas. Essa gestão é contra o povo indígena”, disse.
O cacique tentou apresentar o pleito dos indígenas ao presidente Jair Bolsonaro, mas teve seu pedido de reunião negado. (BNews)