Comércio baiano tem queda no nº de unidades, mas aumento na mão de obra e receita bruta

Dados são do período entre 2021 e 2022 e apontam que a Bahia perdeu participação no valor gerado pelo setor empresarial comercial na região Nordeste

Foto: Camila Souza/Gov-BA

No período entre 2021 e 2022, o comércio baiano voltou a registrar queda no número de estabelecimentos comerciais. Por outro lado, a mão de obra no setor seguiu em crescimento, assim como a receita bruta de revenda. O aumento na receita, porém, não foi suficiente para evitar que a Bahia perdesse participação no valor gerado pelo setor empresarial comercial na região Nordeste, após dois anos de alta.

Em 2022, havia 85.413 unidades locais comerciais ativas e com receita de revenda na Bahia. Este número representou uma queda de 1,9% em relação a 2021, quando havia 87.039 estabelecimentos comerciais, e significou um saldo de menos 1.626 unidades comerciais funcionando, em um ano.

A Bahia voltou a apresentar diminuição no número de unidades locais comerciais após ter registrado crescimento na passagem entre 2020 e 2021.

A queda absoluta foi a quarta maior entre as unidades da Federação, acima apenas de Pernambuco (-5.329 unidades), Rio Grande do Sul (-4.965) e Rio de Janeiro (-1.833). Entre 2021 e 2022, no Brasil como um todo, o número de unidades locais de empresas comerciais cresceu pelo segundo ano consecutivo (+2,5%), passando de 1.575.634 para 1.615.544, o que significou mais 39.910 estabelecimentos.

A Bahia se manteve, em 2022, como o sétimo estado em número de unidades locais de empresas comerciais e o líder do Norte-Nordeste nesse indicador.

Com o resultado negativo, em 2022, o setor empresarial comercial baiano estava 16,5% menor do que em 2014, quando o estado chegou ao seu recorde, de 102.255 unidades comerciais. O saldo negativo nesse período ficou em menos 16.842 estabelecimentos ativos no estado.

Apesar da queda no número de unidades locais comerciais na Bahia, entre 2021 e 2022, cresceu o total de trabalhadores no setor pelo segundo ano consecutivo.

Em 2022, 472.017 pessoas estavam ocupadas nos estabelecimentos comerciais ativos no estado, frente a 468.947 em 2021. Isso significou mais 3.070 pessoas trabalhando nas empresas do setor em um ano (+0,7%).

A Bahia teve somente o 15º maior aumento absoluto no número de trabalhadores no comércio, no período. Os maiores crescimentos foram registrados em São Paulo (+113.551 empregados), Paraná (+33.281) e Mato Grosso (+26.698). Em termos percentuais, o estado apresentou o 18º maior crescimento.

No Brasil como um todo, o número de trabalhadores em unidades locais de empresas comerciais também cresceu pelo segundo ano seguido, entre 2021 e 2022, de 10.078.530 para 10.342.265, o que representou mais 263.735 pessoas (+2,6%). Nesse período, 19 dos 27 estados tiveram aumentos no pessoal ocupado em empresas comerciais.

Entre 2021 e 2022, a Bahia seguiu apresentando crescimento na receita bruta de revenda do comércio

Além de ter ampliado a geração de trabalho, mesmo com redução de tamanho, o setor empresarial comercial baiano teve, de 2021 para 2022, novo crescimento nominal na receita bruta de revenda.

Em valores correntes de cada ano (não corrigidos), a receita bruta de revenda das empresas comerciais na Bahia aumentou 18,6% entre 2021 e 2022, passando de R$ 236,724 bilhões para R$ 280,650 bilhões (mais R$ 43,925 bilhões). Foi o terceiro crescimento consecutivo para o estado.

No país como um todo, a receita das empresas comerciais cresceu nominalmente 20,1%, de R$ 6,025 trilhões, em 2021, para R$ 7,237 trilhões em 2022, com altas em todas as 27 unidades da Federação.

Mesmo com o avanço, a Bahia caiu da oitava para a nona posição entre as maiores receitas brutas de revenda do comércio do país, sendo ultrapassada por Goiás (R$ 282,5 bilhões). São Paulo (R$ 2,1 trilhões), Minas Gerais (R$ 726,8 bilhões) e Paraná (R$ 591,8 bilhões) lideravam esse ranking.

Atacado liderou aumento do emprego e da receita do comércio baiano, entre 2021 e 2022

Entre 2021 e 2022, dentre as três grandes divisões do comércio (varejo, atacado e vendas de veículos, peças e motocicletas), apenas o atacado apresentou crescimento no número de empresas, na Bahia.

Entre 2021 e 2022, o número de empresas comerciais atacadistas na Bahia passou de 7.881 para 9.968 (+26,5%), ou seja, mais 2.087 estabelecimentos em um ano.

Porém, a redução no total de empresas do varejo, segmento mais representativo para o comércio baiano, foi o que mais influenciou a queda geral do estado. No período, o número de estabelecimentos varejistas na Bahia recuou de 72.385 para 68.773 (-3.612 ou -5,0%).

Apesar da redução, o comércio varejista ainda representava, em 2022, 80,5% de todos os estabelecimentos comerciais baianos.

Já o comércio de veículos, peças e motocicletas teve redução de 101 unidades locais na Bahia, entre 2021 e 2022, ficando com 6.672 (-1,5%).

O atacado também liderou o crescimento do pessoal ocupado na Bahia. Entre 2021 e 2022, o número de trabalhadores no setor subiu de 64.459 para 68.320, o que representou mais 3.861 pessoas ocupadas (+6,0%).

Apesar da queda no número de unidades, o comércio de veículos na Bahia teve um aumento de 1.077 trabalhadores em 2022, chegando a 39.636 (+2,8%).

Já o varejo registrou queda no pessoal ocupado, de 365.929, em 2021, para 364.061 em 2022. No período, houve redução de 1.868 trabalhadores no segmento (-0,5%), que, ainda assim, concentra 77,1% do total de ocupados no comércio, na Bahia.
O atacado também foi quem puxou o crescimento nominal da receita bruta de revenda, entre 2021 e 2022, com um aumento absoluto de R$ 27,0 bilhões (+27,4%), passando de R$ 98,6 bilhões para R$ 125,6 bilhões.

Apesar da queda no número de empresas e no pessoal ocupado, o comércio varejista da Bahia teve aumento nominal na receita bruta de revenda, entre 2021 e 2022, de R$ 116,8 bilhões para R$ 131,1 bilhões, mais R$ 14,3 bilhões em um ano (+12,3%). O segmento manteve a maior fatia da receita bruta de revenda na Bahia em 2022, com quase metade do valor total (46,7%).

O comércio de veículos, peças e motocicletas também registrou crescimento na receita entre 20201 e 2022 (+12,1%), de R$ 21,3 bilhões para R$ 23,9 bilhões.

Entre 2013 e 2022, Bahia tem queda de participação na receita gerada pelo comércio no Nordeste, mas segue na liderança na região

Em 2022, a Bahia se manteve como o estado com maior representatividade no setor comercial do Nordeste, porém, reduziu a sua participação no número de unidades locais, na população ocupada e na receita bruta de revenda do comércio da região. Em relação a 2013, a participação da Bahia no total de estabelecimentos comerciais do Nordeste caiu de 30,0% para 28,8%. Além disso, o estado reunia, em 2022, 26,0% dos trabalhadores do setor na região, frente a 27,3% em 2013.

A participação da Bahia na receita bruta de revenda do comércio no Nordeste também recuou entre 2013 e 2022, passando de 27,5% para 26,8%.

No período, a receita bruta do comércio baiano mais que dobrou em termos nominais, passando de R$ 123,4 bilhões em 2013 para R$ 270,6 bilhões em 2022 (+127,3%).

Na Região Nordeste, porém, o crescimento maior, de 132,6%, com o valor passando de R$ 449,6 bilhões em 2013 para R$ 1,046 trilhão em 2022.

Entre 2013 e 2022, a queda da Bahia na participação na receita bruta de revenda do comércio do Nordeste foi de 0,7 ponto percentual, a mais intensa, junto com a de Pernambuco (de 20,5% para 19,8%). Também perderam participação, na região, Ceará (de 14,9% para 14,3%), Piauí (de 5,3% para 5,2%), Alagoas (de 5,0% para
4,9%) e Sergipe (de 3,7% para 3,6%).

Por outro lado, quem mais ganhou participação na receita do comércio, no Nordeste, entre 2013 e 2022, foi o Maranhão, que passou de 9,7% para 11,7% (mais 2 pontos percentuais). Também apresentaram desempenho positivo: Paraíba (de 7,1% para 7,3%) e Rio Grande do Norte (de 6,3% para 6,4%).

Fonte: Bahia.ba

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