A empregada doméstica Edleusa Macêdo, 28 anos, está passando dias de angústia ao lado da filha de cinco anos. A garotinha está internada desde terça-feira (10) no Hospital Maternidade Helena Magalhães, em Conceição do Almeida, cansando e com problemas respiratórios. Esta é a segunda vez que a menina é internada no local pelo mesmo motivo e, segundo a mãe, pela segunda vez, a criança foi colocada na área para pacientes com a Covid-19 sem fazer o teste que detecta a doença.
“Minha filha deu entrada pela primeira vez na emergência do Hospital Helena Magalhães no dia 16 de setembro, cansando, com problema respiratório e a saturação muito baixa. Fizeram os procedimentos e a medicaram. Porém, sem testá-la para o coronavírus, disseram que ela tinha a doença e queriam entubá-la, mesmo sem ela necessitar. Eu poderia ter perdido a minha menina se eu não exigisse o teste rápido e cobrasse a mudança do diagnóstico na ficha dela. Rasuraram o prontuário e colocaram que deu negativo”, relatou Edleusa.
Logo depois, a garotinha precisou ser transferida para o Hospital da Criança, em Feira de Santana, onde passou pela UTI e depois ficou na ala pediátrica até 21 de setembro. Lá, fizeram o exame de PCR (teste com o cotonete) e, novamente, o resultado deu negativo para a Covid-19, garante Edleusa.
A menina voltou a apresentar os problemas respiratórios na terça e foi levada para o hospital municipal de Conceição do Almeida. “Estamos em uma sala de isolamento sem terem feito o teste rápido em minha filha. Por causa de demora, vou ter que pagar para ela fazer o teste em um laboratório particular. Cobrei rapidez ao hospital, mas me informaram que só fariam o teste 72 horas depois do internamento. Estamos sem poder sair, sem minha família para ajudar, presas aqui. Estou cansada. Se foi tanta negligência com minha filha, imagina quantas outras pessoas passaram pelo mesmo problema e podem até ter morrido por causa do diagnóstico errado”, reclamou Edleusa aos prantos.
A Secretaria de Saúde de Conceição do Almeida, responsável pelo hospital, nega as acusações e afirma que a denúncia possui “cunho político”. “O que temos a informar referente à demanda encaminhada é que as informações não procedem e são tendenciosas, pois se trata de uma situação de cunho político por parte da genitora da paciente que tenta desqualificar a imagem da gestão atual”, alegou o órgão.
A Secretaria diz que, baseada no princípio do sigilo médico, “a única informação que podemos relatar no momento é que a criança continua sob os cuidados da equipe hospitalar, sendo bem assistida e seguindo todos os protocolos vigentes”. (BNews)