Um estudante da cidade de Conceição do Coité foi autorizado pela Justiça a cultivar cannabis com finalidade medicinal. A decisão atende a um pedido da Defensoria Pública da Bahia e visa garantir tratamento para as questões de saúde mental apresentadas pelo jovem.
No ano passado, o beneficiário da decisão chegou a ser internado em clínica psiquiátrica por conta do quadro. De acordo com os relatórios médicos apresentados no processo, o tratamento convencional tem apresentado “resposta terapêutica insatisfatória e/ou intolerância aos efeitos colaterais”.
“Sempre tive ansiedade e episódios de depressão, mas a internação foi o ápice do quadro de saúde. Fiquei 30 dias em tratamento e precisei trancar a faculdade”, conta o estudante. Mesmo fazendo uso de medicamento convencional, ele apresenta sintomas de ansiedade e insônia.
Ele já tinha autorização da Anvisa para importação de um medicamento à base de canabidiol que custa em torno de R$ 2 mil/mês. Contudo, sem condições financeiras para a compra, buscou auxílio da Defensoria. Antes da judicialização, a instituição buscou o fornecimento através do Sistema Único de Saúde.
“Temos um fluxo de obtenção de medicamentos à base de canabidiol para crianças com epilepsia via Secretaria Municipal de Saúde. Nesse caso, não tivemos sucesso, o medicamento não foi aprovado para a patologia”, conta o defensor público Rafael Couto, que atuou no caso.
Como o cultivo da planta é proibido pela legislação brasileira, foi ajuizado um pedido de Habeas Corpus Preventivo para anular o risco de prisão caso o estudante seja encontrado com as plantas em sua residência. Apesar da ausência de regulamentação, diversas jurisprudências em todo o país têm estabelecido que o plantio pode ser autorizado sem criminalização do indivíduo. (Correio)