Uma igreja decidiu, após dois anos de debate entre os membros, vender mais de 7 mil metros quadrados de sua propriedade para destinar os recursos ao ministério social.
A Igreja Metodista Unida Biltmore, em Asheville, Carolina do Norte (EUA), decidiu após votação que irá vender a propriedade da congregação e destinar os recursos a projetos de apoio a moradores de rua, distribuição de alimentos, programas médicos e ações voltadas a crianças.
A discussão sobre o tema começou quando uma nova rodovia foi aberta nas redondezas da igreja, para atender a uma demanda crescente de estabelecimentos comerciais e consultórios médicos.
Essa nova via de tráfego isolou a propriedade da igreja do centro da cidade, ao mesmo tempo que grande parte da população migrou para cidades vizinhas. O debate se acentuou com o lockdown imposto pelas autoridades por conta da pandemia de covid-19.
O impacto da interrupção dos cultos foi grande, já que após a retomada das atividades em abril último, boa parte dos fiéis que participavam das celebrações deixou de comparecer. A igreja, que nos anos 1990 chegou a ter média de 250 fiéis presentes em cada culto, viu esse número despencar.
De acordo com informações do portal The Christian Post, a Igreja Metodista Unida Biltmore contará com a assessoria da Wesley Community Development Corporation, uma empresa imobiliária sem fins lucrativos afiliada aos Metodistas Unidos, para definir o preço de venda.
Presença social
Enquanto a venda do templo não acontece, a igreja precisa definir um novo local para estabelecer seu local de culto de forma que a localização permita a frequência dos fiéis.
Em outra frente, a Igreja Metodista Unida Biltmore está atenta à realidade da cidade de Asheville, que tem o maior custo de vida na Carolina do Norte e tem pelo menos 527 desabrigados, segundo um censo local divulgado em janeiro de 2021.
O presidente do conselho da Igreja Metodista Unida Biltmore, Mike Moyer, explicou que a doação do valor da venda da propriedade poderia fornecer dinheiro para as ONGs lançarem novas iniciativas.
“Os líderes da igreja visionam um ministério de presença contínuo, para quaisquer projetos que assumam. A igreja são as pessoas, não o edifício. Somos uma comunidade menor agora e queremos ser livres para ser as mãos e os pés de Cristo”, comentou o presidente da congregação.
Apesar de redefinir o objetivo do prédio da igreja, a Igreja Metodista Unida Biltmore ainda existirá como uma congregação: “Não queremos apenas distribuir dinheiro. Queremos ser investidos. Se isso significar se sujar, pintar uma parede… Ainda seremos discípulos de Cristo”, acrescentou.
Por enquanto, a igreja também tem realizado algumas reuniões presenciais em vários locais diferentes, e transmitindo seus cultos em sua página no Facebook, que conta com comentários positivos de membros sobre a decisão tomada.
por Tiago Chagas / Gospel +