Controlada pela Natura, Avon deixará de testar produtos em animais

Female hand holding moisturizer in hand, vertical

A Avon, comprada pela Natura em maio, não mais fará testes de cosméticos em animais em toda sua cadeia global, inclusive na China, um dos principais mercados para a empresa.

Segundo a legislação chinesa, produtos como protetor solar e desodorante precisam ser testados em animais. A multinacional afirmou que deixou as categorias que exigem este tipo de testes.

A Avon está, em alguns casos, alterando os canais de distribuição na China, como o e-commerce, afirmou Jonathan Myers, diretor de operações, em comunicado. Cosméticos comprados pelos chineses pela internet não precisam ser testados em animais.

A China, segundo a Euromonitor International, é o segundo maior consumidor de produtos de higiene pessoal e cosméticos no mundo, atrás dos Estados Unidos.

A Avon afirma que há 30 anos vem desenvolvendo testes que não envolvem animais. A decisão de não mais usar animais em testes, anunciada na segunda-feira, vai exigir um esforço das áreas de pesquisa e desenvolvimento, cadeia de suprimentos e marketing.

Com a mudança na estratégia, a Avon retornou à lista da ONG Peta (Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais, em português), sete anos após ser excluída devido à atuação na China. Avon, Mary Kay, Estée Lauder e Revlon foram alvo de uma petição para eliminarem os testes, que eram feitos por empresas terceirizadas naquele país.

Questionamentos

Após anunciar o negócio com a Avon, que foi avaliada em US$ 3,7 bilhões, a Naturfoi questionada por analistas e consumidores sobre o fato da marca americana fazer testes em animais, prática que destoava da filosofia da brasileira, que desde 2006 usa métodos alternativos como a pele 3D para testar produtos.

Roberto Marques, presidente executivo do conselho de administração da Natura, chegou a afirmar que a Avon estava alinhada com a política da Natura, embora não mantivesse o controle da política de testes de produtos em alguns mercados.

Em 2018, as marcas Natura e The Body Shop, adquirida pelo grupo brasileiro em 2017, iniciaram a coleta de assinaturas em parceria com a ONG Cruelty Free International, pelo fim dos testes em animais na indústria cosmética em todo o mundo.

(G1)

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