A crise política no Corinthians atingiu um novo patamar na noite do último sábado (31), quando cerca de 50 torcedores invadiram a sede social do clube, o Parque São Jorge, em São Paulo.
O episódio ocorreu em meio à tentativa do dirigente Augusto Melo de reassumir a presidência, poucos dias após ser afastado por decisão do Conselho Deliberativo, que aprovou seu impeachment.
A movimentação começou após a conselheira Maria Angela de Souza Ocampos, aliada de Melo, afirmar que havia assumido o comando do Conselho Deliberativo e restituído o cargo ao dirigente.
O clima tenso se agravou com a presença de torcedores convocados por Douglas Deúngaro, o Metaleiro, ex-presidente da Gaviões da Fiel, que publicou vídeos em redes sociais da “Central do Timão” chamando a torcida ao local e pressionando o grupo adversário.
O presidente interino, Osmar Stabile, declarou que foi alvo de invasão, constrangimento e cárcere privado por parte de apoiadores de Augusto Melo, que chegaram a entrar na sala da presidência. A Polícia Militar foi acionada e conseguiu conter a confusão.
O caso teve desdobramentos legais. O presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr., e o ex-diretor Leonardo Pantaleão estiveram no Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) para registrar boletim de ocorrência. Augusto Melo também afirmou que prestará queixa, alegando ter recebido ameaças.
“Tive ameaças. Vou fazer meu BO. Foram eles que provocaram, não nós. Sim, sou presidente eleito pelo Conselho Deliberativo”, disse Melo ao deixar o local, reafirmando que ainda se considera presidente do clube.
A tentativa de retomada do poder foi embasada por um parecer da Comissão de Ética do clube e sustentada por aliados de Melo. O impasse aumentou com a declaração de Maria Angela como presidente interina do Conselho, substituindo Roberson Medeiros, afastado por motivos de saúde. O cenário amplia a instabilidade institucional no clube e deve gerar novos capítulos nos próximos dias.