A cada rodada que passa o Bahia se afunda no Campeonato Brasileiro. Diante do Atlético-GO, o tricolor levou a virada por 2×1, em Pituaçu, e amargou o sexto jogo consecutivo sem vencer na Série A. Depois do jogo, o técnico Dado Cavalcanti deu a sua justificativa para os insucessos do tricolor.
Questionado sobre a permanência de Rodriguinho, que não fez um bom jogo, durante toda a partida, o treinador explicou que precisou fazer mudanças forçadas e que ficou sem opções para mudar no campo ofensivo.
“Gilberto saiu com câimbras, não conseguia mais correr, o Rodallega não entraria no lugar dele. Maycon Douglas também sentiu câimbras, tive que tirar, fiz uma troca técnica da saída do Mugni pelo Ruiz e coloquei mais um atacante em campo. Então, faço uma reflexão. Para a saída do Rodriguinho entraria quem? Um volante, um jogador de marcação, um zagueiro, um lateral? Não tinha como fazer essa opção”, disse o treinador, antes de continuar:
“Rodriguinho, fisicamente, vem dando suporte para a gente, é um cara que não sente o volume de jogos. Teve um pouco de dificuldade técnica, da marcação dos volantes, principalmente o William Maranhão, que é forte, mas é um jogador que pode decidir o jogo. No começo do segundo tempo ele teve uma chance e acabou perdendo, mas faz parte. Volto a falar, tivemos uma baixa produtividade, mas em cinco ou seis minutos poderíamos ter decidido o jogo. Faltou a competência para vencer em casa”, afirmou.
A fala do treinador, mesmo que não tenha sido necessariamente esse o objetivo dele, leva o foco da análise para outro ponto: a falta de opções no elenco, e consequentemente no banco de reservas durante as partidas. Hoje, por exemplo, dos 12 suplentes, 10 iam de goleiros a volantes, passando pelos defensores. Ou seja, só dois eram jogadores ofensivos. Justamente Oscar Ruiz e Rodallega, que entraram.
Dado Cavalcanti voltou a bater nessa tecla quando foi perguntado se pretende fazer mudanças radicais na equipe para o próximo confronto, sábado (21), contra o Grêmio, em Porto Alegre.
“As mudanças fazem parte do cotidiano. Nós não temos uma condição tão ampla de opções de elenco, de jogadores. Não dá para radicalizar num momento desse. Existe a mágoa, a dor da derrota pela sequência ruim dentro de casa, mas não dá para jogar tudo para o alto e ser radical assim ao extremo, mudar oito, nove peças, até porque a reposição não tem a mesma estruturação que a equipe que vem jogando. Vamos buscar as mudanças para o próximo jogo”, resumiu.
E a base?
Outro ponto tocado pelo treinador foi sobre a busca por opções nas categorias de base e na equipe de transição, que fez boa campanha no Brasileiro da categoria.
Jogadores como o volante Raniele e o atacante Ronaldo chegaram a ser pinçados por Dado, mas foram pouco utilizados mesmo tendo deixado boa impressão em campo. De acordo com o treinador, existe uma preocupação em não queimar os atletas.
“Não vamos jogar a responsabilidade em jogadores que podem vir aqui e ser queimados, inclusive pela própria exigência do momento. Ronaldo é um jogador que esteve conosco, mas ele teve conjuntivite, não treinou a semana inteira e por isso não foi relacionado. Essa é a condição nossa”, explicou.
“Não adianta agora fazer caça às bruxas, procurar os jogadores que estão há mais tempo no clube, que estão sendo avaliados. Esse é um trabalho que eu faço desde o ano passado. Quantos jogadores da transição vieram para o principal? Quantos jogaram? Quantos ficaram no banco? Vou continuar observando os jogadores, mas não vou colocá-los na fogueira ou transferir responsabilidade para esses jogadores que têm a crescer no processo de amadurecimento”, finalizou o treinador.
por Gabriel Rodrigues – Correio 24h