Feliz, serena, bem resolvida e ainda mais linda, Débora Nascimento já superou a fase difícil após a separação de José Loreto, em fevereiro, com quem tem a filha, Bella, de 1 ano e seis meses. Namorando há cerca de três meses o dermatologista Luiz Perez, a atriz, de férias desde o fim de Verão 90, novela em que interpretou Gisela, comemora a boa fase: “A gente não acredita, mas tudo passa”.
Apontada por seus fãs como exemplo de superação, ela não segura as lágrimas ao lembrar um dos momentos mais delicados de sua vida. Em uma entrevista franca e bastante emocionante ao Gshow, nos bastidores do Se Joga, a artista fala da relação com o ex-marido e lembra também outro período difícil: a batalha com anorexia. Confira!
Na época de sua separação, foi exemplo de superação para muitas mulheres. Se pudesse dar um conselho para estas pessoas que passam agora pelo mesmo que você passou, qual seria?
“Não fuja do que você está sentindo. A dor e o ressentimento são genuínos. Fico até emocionada (pausa), porque eu nunca esperei ser exemplo de nada. Isso aconteceu na minha vida e a única coisa que eu tinha que fazer era sobreviver e tentar ser feliz, por mim e pela minha filha. Não tinha outra opção a não ser seguir. Não ia me fazer de vítima ou fazer a minha filha sofrer. Vivi a dor e o luto de uma relação. Fiquei mal, triste, mas tive a consciência de que aquilo iria passar”.
Bella, sua filha, teve também um papel fundamental nessa fase difícil, não é?
“Total! Pensava muito na amamentação e tinha consciência de que poderia afetar. Era consciente da minha tristeza, mas que ela iria só até um lugar, porque não deixaria aquele sentimento me levar para o lado ruim, porque isso iria afetar a minha filha e eu não permitiria isso. A minha força foi sendo construída diariamente no acordar, ir para o trabalho (na época, estava no ar em Verão 90) feliz, sim! Porque amo fazer o que eu faço e ninguém iria tirar isso de mim”.
Como está sua relação com o José Loreto?
“De muito respeito. É o pai da minha filha e será para sempre alguém com quem vou ter contato. Desejo o melhor para ele, porque reverbera completamente na minha filha. Somos adultos e sei muito bem o que é melhor para a minha filha”.
Passado o período turbulento, me parece bem plena. Toda essa luz seria o novo amor?
“Estou feliz e amando, mas o melhor de tudo isso é a coragem que eu tenho da minha vida não ser pautada por um trauma, uma dor, mas sim a coragem de acreditar que existe amor e que eu posso ser feliz”.
Está com 34 anos e muito bem resolvida. Acha que esta postura é fruto da maturidade?
“Talvez, mas já passei por muitas crises de identidade ao longo da vida. Na adolescência, quando pensava o tipo de mulher que queria ser, no que deseja, e depois, quando virei modelo. Demorei a entender a minha beleza, o meu olhar, o meu tamanho. Ao longo da minha vida tive vários períodos em que eu precisei parar e olhar para mim. Quando era adolescente sofria muito bullying. Período de escola foi muito difícil para mim”.
E quando começou a melhorar?
“Quando virei modelo e entendi que meu tamanho e cabelo eram uma coisa positiva e que eu era uma mulher bonita. Mas depois veio outro dilema: o meu peso. Me sentia ainda muito oprimida e na busca do entendimento para saber que mulher eu era. Foi mais um momento complicado, tanto que desenvolvi um distúrbio alimentar”.
Que tipo de distúrbio?
“Tive anorexia. O mercado começou a me achar bonita, mas gorda. E isso uma menina de 15 anos que não estava gorda! E, mesmo que estivesse, não era assim para ser tratado e cuidado. E foi aí que desenvolvi o distúrbio, porque ter a minha independência financeira era muito importante. Fazia de tudo para continuar trabalhando e ser aceita naquele lugar. E isso foi me afetando”.
E como percebeu que algo estava errado?
“Isso acontece muito, ainda mais nessa faixa etária. A minha mãe começou a perceber que eu estava desmaiando muito e teve esse cuidado de parar e me observar. Me deu a atenção que eu precisava. Foi crucial para eu sair sem grandes problemas físicos de saúde, graças a Deus. Até hoje ela me liga para saber se estou comendo (risos)”.
E quem ouve você contando essa história, nem acredita que anos depois iria alcançar o posto de uma das mulheres mais bonitas do Brasil. Se sente como lhe enxergam?
“Na verdade, me vejo mais potente do que as pessoas me veem, porque sei que não é a beleza, o cabelo, os olhos claros, a barriga. As pessoas ainda não fazem ideia da minha potência. Vou além do posto de musa ou de uma das mulheres mais lindas do Brasil. Me acho muito mais bonita do que dizem (risos), a minha beleza vai além dessa estética da foto. Tenho celulite, estria, marcas e cicatrizes de gestação, da minha anorexia e depois do meu sobrepeso. Tudo isso que você não vê em foto, em vídeo ou em filme, me deixa muito mais linda”. (Gshow)