Denúncia de irregularidades com ações sociais em Cansanção, envolve empresa fantasma

Gestão teria criado “relatório fictício”, o qual aponta que 300 pessoas teriam ficado desabrigadas após chuvas

Vilma Gomes (União Brasil), prefeita de Cansanção - Foto: Divulgação

Uma grave denúncia envolvendo irregularidades nas ações sociais do município de Cansanção, no nordeste da Bahia, aponta que a Prefeitura local teria comprado materiais de uma empresa fantasma, localizada em Taperoá, a quase 500 km de distância.

A empresa em questão, “Grab Atacadista”, não existe no endereço especificado. Ela teria sido contratada para fornecer kits de gêneros alimentícios e materiais de higiene para ajuda humanitária, com um contrato no valor de R$ 51.550,98 e vigência de três meses. A situação tem gerado polêmica entre os moradores, especialmente porque o município enfrenta deficiências graves na infraestrutura, como estradas intransitáveis.

Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura de Cansanção é acusada de contratar empresa fantasma

Além disso, a Prefeitura tem investido altas quantias em atrações para as festas juninas, contratando artistas como Xand Avião por R$ 500 mil, Manuh Batidão por R$ 350 mil e a banda “Toque Dez” por R$ 180 mil.

Entre janeiro e março deste ano, Cansanção enfrentou fortes chuvas e enchentes, que causaram sérios danos. O município, composto por oito bairros e aproximadamente 48 comunidades, incluindo povoados, fazendas e uma comunidade quilombola, foi severamente afetado.

A atual prefeita, Vilma Gomes (União Brasil), é esposa do ex-gestor do município, Ranulfo Gomes, que foi alvo da “Operação Making Off” da Polícia Federal. Essa operação identificou desvios de recursos públicos que ultrapassam R$ 25 milhões. Na época, Vilma era a secretária de saúde local.

A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Cansanção, mas não obteve resposta.

A denúncia surgiu após a emissão de um relatório pela Assistência Social local, que relatava “danos” causados pelas chuvas. O relatório, considerado “fictício” pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Cansanção, alegava que as chuvas teriam afetado pelo menos 25 mil pessoas, deixado mais de 300 desabrigadas e que mais de 30 famílias teriam perdido suas casas.

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