Quatro policiais fizeram relatos, de maneira individual, e seguiram rota percorrida no dia da ação.
Policiais que participaram da operação que terminou com três pessoas mortas na região da Gamboa, em Salvador, em 1º de março deste ano, concluíram a reprodução simulada realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), na noite de segunda-feira (31).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a reprodução simulada tem o objetivo de esclarecer a dinâmica da operação policial que terminou com três mortos.
Equipes da Coordenação de Crimes Contra a Vida, do DPT, iniciaram a reprodução simulada por volta das 19h.
No primeiro dia, apenas os quatro policiais que participaram da ação fizeram relatos, de maneira individual. De acordo com a SSP-BA, eles seguiram a mesma rota percorrida no dia da ação.
Para isso, foram utilizados atores para representarem as outras pessoas que estavam presentes na data e horário dos fatos. O órgão de segurança pública informou que o objetivo é reproduzir de maneira idêntica todos os acontecimentos do dia a partir da chegada dos policiais.
Representantes do Ministério Público da Bahia (MP-BA), da Defensoria Pública do Estado (DPE-BA) e da defesa dos policiais acompanharam a simulação, que terminou por volta das 23h.
A SSP-BA informou que na noite desta terça (1°) será a vez de testemunhas apresentarem as versões. Os laudos da reprodução serão anexados ao inquérito que apura o caso.
Moradores acusam PM
Os moradores da comunidade Solar do Unhão afirmam que os policiais chegaram no local atirando, levaram os jovens para um imóvel abandonado e os executaram.
A PM dá outra versão e diz que recebeu uma ocorrência de sequestro, e que foi recebida a tiros pelos jovens, que acabaram sendo feridos em um suposto revide.
Entidades baianas divulgaram nota em repúdio contra a ação da polícia. A nota diz que os jovens foram executados sumariamente já que depoimentos de testemunhas apontam que não houve qualquer reação ou troca de tiros.
Os corpos de Alexandre dos Santos, de 20 anos; de Patrick de Souza, de 16 anos, e Cleberson Guimarães, de 22, foram enterrados no dia 2 no Cemitério Campo Santo, em Salvador. (G1)