Deportados chegam ao Brasil algemados e com os pés acorrentados; governo Lula ordena retirada das correntes

O voo, que tinha Belo Horizonte (MG) como destino, fez uma parada técnica em Manaus devido a um problema no ar-condicionado da aeronave.

Reprodução

Na noite de sexta-feira (24), 158 deportados dos Estados Unidos chegaram ao Brasil, sendo 88 brasileiros, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. As imagens registradas mostram que os deportados estavam algemados e com os pés acorrentados. O voo, que tinha Belo Horizonte (MG) como destino, fez uma parada técnica em Manaus devido a um problema no ar-condicionado da aeronave.

A situação gerou uma rápida reação do governo brasileiro. Quando souberam da intenção das autoridades americanas de manter os brasileiros algemados até o envio de um novo avião dos Estados Unidos, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, interveio. Lewandowski entrou em contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que determinou a retirada das algemas e correntes. Em resposta à medida, a Polícia Federal (PF) proibiu a continuidade do uso das algemas e autorizou a liberação dos deportados.

O grupo permaneceu no aeroporto de Manaus durante a noite, onde receberam colchões, alimentos, água e atendimento médico da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc). O governo brasileiro reafirmou que, mesmo sendo deportados, os cidadãos brasileiros devem ser tratados com dignidade e respeitados em seus direitos fundamentais.

Para garantir o transporte do grupo até Belo Horizonte, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi mobilizada. Um avião KC-30, com acompanhamento médico, decolou de Brasília na tarde de sábado (25) para buscar os deportados em Manaus e levá-los a seu destino final. O voo seguiu a ordens do presidente Lula e reforçou o compromisso do governo com o bem-estar dos brasileiros deportados.

Essa situação ocorre dentro do contexto de um acordo de deportações firmado entre os EUA e o Brasil em 2017, e embora o voo tenha ocorrido sob o novo governo de Donald Trump, o acordo permanece em vigor, com deportações sendo realizadas somente em casos inapeláveis.

google news