A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) afirmou ter sido vítima de uma tentativa de extorsão cometida por um suposto advogado e um policial não identificado da DH (Delegacia de Homicídios), órgão da Polícia Civil do Rio. A suposta oferta estaria vinculada às investigações do homicídio do pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar.
A declaração foi dada ao programa Fantástico, da TV Globo. Segundo a reportagem, a deputada prestou depoimento no fim de agosto à PF (Polícia Federal) e apresentou gravações dos telefonemas que teria recebido. Em uma dos áudios, o suposto policial afirma o seguinte: “Eu vou falar português claro para a senhora. A nossa intenção é o dinheiro”.
Na narrativa apresentada pela deputada, o policial e o advogado afirmavam que dispunham de informações sobre a investigação do caso e queriam vendê-las em troca de dinheiro. O suposto agente disse ainda que teria como influenciar a apuração do homicídio, que é realizada pela DH de Niterói.
Os telefonemas foram realizados dois meses depois do assassinato do marido de Flordelis, o pastor Anderson do Carmo, 42. Ele foi morto a tiros em sua própria casa na madrugada de 16 de junho em Pendotiba, Niterói, região metropolitana do Rio.
Ainda durante a entrevista ao Fantástico, a deputada federal apresentou uma carta que teria sido escrita pelo filho adotivo Lucas de Souza, 18.
Ele e o irmão e Flávio Rodrigues, 38, estão presos pelo homicídio. No documento, que teria sido entregue pela mulher de um preso, Lucas apontou um outro irmão, o vereador Misael da Floderlis (MDB), como mandante do assassinato. Misael nega e afirma que a mãe quer criar confusão no inquérito. Ele diz acreditar que a deputada seja a autora intelectual do crime.
Na noite de sábado, Lucas se recusou a participar da reconstituição feita pela Polícia Civil do Rio.
A investigação, cuja 1ª fase foi concluída, conta com dezenas de depoimentos do clã Flordelis. Ao menos quatro dos 54 filhos do casal (a maioria deles adotivos) apontam suspeitas de envolvimento da parlamentar no crime. Há relatos de suposto envenenamento do pastor e de disputas por dinheiro.
Tanto a Polícia Civil quanto o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) não têm dúvidas de que mais de seis tiros foram disparados contra o pastor —o corpo dele tinha mais de 30 perfurações— e de que há mais pessoas envolvidas no crime além dos dois filhos já detidos. As investigações buscam agora entender a motivação do crime.
(Com UOL)