Devendo R$ 2,3 bi e em recuperação, 123Milhas segue vendendo passagens

Alvo do MP e da CPI, 123Milhas ainda precisa reembolsar 150 mil passageiros; 123Milhas e Hotmilhas estão em recuperação judicial

Foto: 123 Milhas

A 123Milhas e a HotMilhas continuam a vender passagens e milhas aéreas, mesmo depois de terem declarado à Justiça uma dívida de R$ 2,3 bilhões e entrado em recuperação judicial. A 123Milhas ainda precisa reembolsar 150 mil passageiros que tiveram suas passagens canceladas no mês passado.

As duas empresas são ligadas e fazem parte da mesma recuperação judicial, que foi aprovada pela Justiça de Minas Gerais no último dia 31. Duas semanas antes, a 123Milhas anunciou o cancelamento da emissão de passagens promocionais, afetando viagens marcadas entre setembro e dezembro deste ano.

A 123Milhas continua anunciando passagens aéreas e o banner da HotMilhas na página inicial de seu site. “Tem milhas sobrando? Transforme milhas em dinheiro”, diz um anúncio em destaque. A coluna encontrou passagens facilmente e chegou até a página final de pagamento, onde é possível pagar por Pix ou cartão de crédito, em até 12 parcelas.

O site da HotMilhas, por seu turno, segue fazendo cotações em tempo real para comprar milhas. A coluna fez o orçamento para transações de milhas das três maiores empresas aéreas do país: Latam, Gol e Azul. A empresa garante o pagamento em 30, 60, 90, 120 ou 150 dias corridos.

Na última semana, os donos da 123Milhas afirmaram à CPI das Pirâmides Financeiras que cerca de 150 mil clientes devem ser afetados até o fim do ano por causa do cancelamento generalizado de passagens. A CPI suspeita que a companhia cometeu fraudes no processo de recuperação judicial, além de apurar se a firma deu um golpe de pirâmide financeira nos consumidores. O Ministério Público de São Paulo também investiga a firma.

Procurada, a 123Milhas afirmou: “A empresa está impedida judicialmente de fazer pagamentos referentes a transações realizadas até 29/08/2023, justamente para garantir a isonomia entre os credores. Mas reitera que compras e reservas posteriores ao dia 29 de agosto não sofreram qualquer alteração. A manutenção de suas operações é fundamental para o futuro da companhia”.

(Metrópole)

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