Em meio à pandemia do novo coronavírus, os asmáticos, por já portarem uma complicação pulmonar, se sentem ainda mais ameaçados por estarem suscetíveis a possíveis complicações da Covid-19. A preocupação ocorre, por conta da infecção causada pelo vírus nos pulmões, órgão que fica debilitado em pacientes diagnosticados com a asma.
No Dia Mundial de Combate à Asma, comemorado hoje (5), a doença pulmonar que atinge mais de 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Ministério da Saúde (MS), elevou o alerta durante a pandemia. De acordo com a pneumologista e presidente da Sociedade de Pneumologia da Bahia (SPBA), Dra. Rosana Franco, é importante redobrar a atenção, por conta da possibilidade de desenvolver complicações, caso o paciente seja infectado pela Covid-19.
“A asma é uma doença crônica e leva a um processo inflamatório nas vias aéreas. Então, quando essa asma não está devidamente controlada, existem mais chances dessa inflamação ser um alvo mais fácil do vírus. Por isso, pedimos que os pacientes com asma, que não parem com medicações e tratamentos, inclusive através da telemedicina”, destacou.
Entre as doenças respiratórias crônicas mais comuns entre os brasileiros, a asma tem como característica a dificuldade para respirar. Segundo Geisa Bispo, 34, advogada, que sofre com asma desde a infância, a tendência é de aumentar ainda mais os cuidados, durante a pandemia. “Se uma pessoa que não está com a asma tratada, pega um vírus desse, a tendência é que sofra uma piora grande. Isso porque é uma doença que ataca o pulmão, assim como o sistema respiratório. Então entre quem tem asma, a tendência é redobrar os cuidados”, diz ela.
Geisa, que está em home office e seguindo todas as recomendações, a exemplo do isolamento social, explica que o tratamento preventivo, seguido por ela, é a melhor alternativa para diminuir os riscos durante a pandemia. “Eu faço meu tratamento diário, para que não tenha as crises de asma, faço uso das bombinhas. E com o coronavírus, eu fiquei bem temerosa, pois ataca as funções respiratórias, pulmonares. Além disso, eu tenho tomado as medidas de prevenção que servem para todos e também me vacinei, com uma vacina que fortalece e evita alguns níveis de pneumonia e em caso de contágio pelo coronavírus, eu teria as complicações diminuídas”, conta.
Conforme a pneumologista Larissa Voss Sadigursky, o tratamento do asmático é realizado com administração de corticoide inalatório, que não leva riscos de complicações, caso o paciente seja infectado pela Covid-19. “Com esse cenário, é importante permanecer com o uso das medicações inalatórias continuamente, pois, certamente, se o paciente com asma descompensa e nesse meio é infectado pelo coronavírus, ele tem uma chance muito maior de evoluir de forma desfavorável”, adverte.
De acordo com a médica, também existe a possibilidade de utilização do corticoide oral, para a retirada do paciente de uma crise de asma, desde que exista a indicação clínica. Ela ainda apontou a recomendação para vacinação como forma de evitar outras infecções em meio à pandemia: “Os pacientes asmáticos devem fazer uso da vacina para Influenza, também está indicada a vacinação para prevenção de formas graves de pneumonia, provocadas pelo pneumococo, que são a pneumo-13 e pneumo-23. Isso porque, uma vez que a gente tem uma infecção associada pelo novo coronavírus, junto com a Influenza ou junto à pneumonia, faz com que o paciente evolua de forma mais desfavorável do que aqueles imunizados”. (ATarde)