Dinheiro de Rolex vendido foi para Bolsonaro ou Michele, revela advogado de Cid

Em entrevista a GloboNews, advogado de Cid falou sobre o caso

Isac Nóbrega/PR

O advogado do ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou que o militar entregou o dinheiro da venda do Rolex ao até então presidente Jair Bolsonaro ou a primeira-dama da época, Michelle Bolsonaro. O relógio foi um presente oficial e negociado a mando do próprio ex-presidente, e a revelação do advogado chega em meio a investigações da Polícia Federal sobre o suposto esquema de negociações de joias.

A fala foi dada pelo advogado Cezar Bitencourt durante entrevista ao GloboNews, onde deixou claro que o valor entregue se refere apenas ao Rolex e não ao conjunto de joias recebidos por autoridades sauditas.

O advogado também revelou que os US$ 35 mil dólares que entraram na conta do pai de Mauro eram parte do pagamento que ele deu ao ex-presidente. Além disso, disse que o relógio foi vendido a mando do Bolsonaro.

O advogado Cezar Bittencourt, que assumiu a defesa do tenente-coronel nesta semana, disse que o militar pretende prestar um novo depoimento à PF assumindo o crime. Ele dirá que seguiu as determinações do ex-chefe. As informações foram dadas primeiramente à revista Veja e confirmadas por ele, em seguida, ao GLOBO.

A investigação da Polícia Federal indica ainda que Lourena Cid tinha consigo US$ 25 mil em espécie que seriam de Bolsonaro. Em mensagens, o ex-ajudante de ordens, filho do general, discutiu com outro auxiliar do ex-presidente como seria a melhor forma de entregar o dinheiro a Bolsonaro, em dinheiro vivo ou por contas bancárias.

“Passei três horas com ele (Cid) ontem à tarde. Ele era um assessor, e o ex-presidente era o superior dele. Ele vai prestar depoimento dizendo aquilo que é a verdade, o que realmente aconteceu. Se compromete ou se não compromete o ex-presidente, é indiferente. Cada um com suas responsabilidades. O compromisso dele é com a verdade”, afirmou Bitencourt.

Em entrevista ao Globo, Bitencourt disse que o respeito à ‘obediência hierárquica’ pode, inclusive, “afastar a culpabilidade” do ex-ajudante de ordens em investigações sobre o suposto desvio de joias do acervo presidencial e também sobre a suposta fraude em cartões de vacina:

À CNN Brasil, Bolsonaro afirmou, na quinta-feira (17), que nunca pegou dinheiro de ninguém. “Minha marca é a honestidade e sempre será. Contra mim, não tem absolutamente nada. Não há nada de concreto contra mim. O tempo vai mostrar tudo”, afirmou Bolsonaro.

Questionado sobre a informação dada pelo advogado, de que Cid confessaria o repasse de dinheiro, o ex-presidente declarou que a atitude do ex-ajudante seria para proteger o pai, que é suspeito de ajudar na venda de presentes de Estado. (BNews)

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