Em entrevista coletiva pós-jogo na vitória por 1 a 0 frente ao Peru, o técnico Fernando Diniz admitiu que o time errou muitos passes durante a partida. Foram 74 no total. Satisfeito, o comandante do time verde amarelo lembrou que a equipe marcou três gols para valer apenas um e destacou que a equipe mereceu vencer.
“Fico satisfeito com o que apresentamos na soma dos dois jogos. No jogo de hoje, era uma atmosfera diferente de Belém, no Pará. A equipe teve que fazer três gols para valer um. Teve aquela margem mínima que demorou oito minutos para não validar o gol. Não tivemos tanta fluência, estranhamos um pouco o gramado. O que facilitou a marcação, e tivemos mais erros na parte técnica do que o normal. Muito pelo o campo, em algumas tentando jogar de foram acelerada, mas acho que o saldo foi muito positivo”, disse Diniz.
“Não sei se circulamos mais a bola no segundo tempo, acho que estávamos acelerando muito. Boa parte dos passes que erramos foi tentando verticalizar demais o jogo, que é um pouco a característica do time. É algo que eu não quero tirar, de maneira alguma, mas quero potencializar isso. Para ter mais sucesso, precisa segurar um pouco mais, ter uma paciência agressiva. Os jogadores são hábeis e inteligentes”, completou.
O treinador também explicou como a equipe buscou abrir a marcação da seleção peruana. Para Diniz, o gramado do estádio Nacional de Lima fez diferença, pois é diferente dos que os jogadores estão acostumados.
“É algo que iremos refinar com o passar do tempo. Os jogadores vão entender, não precisa vir muita gente para fazer superioridade, é uma questão de ocupação de espaços, circular bem a bola. No segundo tempo, mais do que no primeiro, a gente tentou acelerar demais, tinha a dificuldade do campo, não teve paciência pra ir desmanchando a marcação do Peru ao poucos. Isso dificultou o nosso jogo também. Teve muito erro de passes certamente pelo campo também. O gramado não é o que os jogadores estão acostumados. Era um campo já diferente de Belém, que embora tivesse em boas condições, era diferente da Europa também. Então teve a dificuldade do campo também”, pontuou.
O gol foi marcado pelo zagueiro Marquinhos nos minutos finais de jogo, em jogada de bola parada. Diniz salientou que a jogada foi trabalhada para ser executada nos dois jogos da equipe nas Eliminatórias.
“Treinamos bola aérea, tanto em Belém como aqui. Bola aérea define jogo. Hoje definiu. Tivemos dois gols anulados e fizemos pela persistência. Uma bola bem batida e uma antecipação no primeiro pau”, ressaltou.
O Brasil teve dois gols anulados pelo árbitro de vídeo. Chamaram a atenção que as duas decisões feitas através do VAR foram demoradas, o que ocasionou a quebra do ritmo de jogo da Seleção Brasileira.
“Não queria falar de arbitragem, mas já que você falou, não vou fugir da questão. É uma coisa recorrente no Brasil: o que mais me irrita é ficar picotando o jogo e o juiz ser conivente com isso. É ruim pra todo mundo. Pra quem assiste, pra quem quer jogar, pra quem paga o ingresso… É difícil ver árbitros falarem “levanta, vamos jogar”. Quando ele parou o jogo hoje, naquele momento, no primeiro tempo, era nosso melhor momento no jogo. Estávamos criando situações em série, o jogo deu uma esfriada. Em termos de conceito, que parece que a Fifa e a Uefa querem, um lance que é tão duvidoso, ele deve ser pró-ataque. Quando decidiram que o gol seria anulado, a atmosfera mudou totalmente: a torcida do Peru, que estava em baixa com a nossa imposição, voltou completamente pro jogo, e o jogo facilitou pro Peru. A arbitragem teve uma interferência no jogo que eu gostaria que não tivesse, principalmente sobre o tempo”, concluiu.
(A Tarde)