Diretor do BC diz que crescimento acima do esperado foi em grande parte transitório

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen declarou nesta segunda-feira (11) que o recente crescimento econômico acima do esperado no Brasil foi, em grande parte, transitório e citou situações que contribuíram com os resultados. As informações são da Reuters.

Durante o evento do Credit Suisse, Guillen disse que a atividade no primeiro semestre foi reflexo das medidas fiscais transitórias, como antecipação de 13º a aposentados e pagamento de abono salarial, normalização dos setores no pós-pandemia, aumento do consumo de serviços e redução da poupança que havia sido acumulada pelas famílias ao longo da crise sanitária.

O diretor também afirmou que a estratégia apresentada pelo BC, de levar a inflação para em torno da meta, passa por uma Selic terminal mais alta que a expectativa de mercado e um tempo mais prolongado de política monetária significativamente contracionista.

Para Guillen, com a defasagem da política monetária, com o objetivo de manter o juro estável por mais tempo, refletirá mais nas projeções de inflação de 2024 do que as do ano que vem . Segundo ele, a atuação do BC vem sendo direcionada para 2023 e deve incluir 2024, no entanto, em menor magnitude a partir de agosto.Segundo Guillen, mesmo com o plano de manter os juros parados por um tempo, o BC não perderá esse instrumento da política monetária.”O BC continua tendo o instrumento [de juros], vamos avaliar no futuro qual será o melhor uso”.

Sobre a inflação em 12 meses, que segue rodando em níveis altos, incompatíveis com o atingimento da meta, o diretor pontuou que o comportamento dos preços de serviços, que estão em alta, tem sido mais enfatizado pelo Banco Central .

Segundo Guillen , o entendimento do BC é que não houve mudança no parâmetro de inércia da inflação e explicou que o indicador vem sendo impactado por choques persistentes e pelo fato de a inflação estar mais alta em componentes que possuem mais inércia.

Já sobre a política de câmbio, o diretor disse que, caso o BC identifique grande volatilidade, queda de liquidez e disfuncionalidades, o componente terá uma intervenção. No entanto, para ele, isso não ocorrerá caso o câmbio apenas refletir mudanças de fundamentos da economia. (bahia.ba)

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