Em janeiro, a dívida bruta do país voltou a recuar e ficou abaixo de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) pela primeira vez desde abril de 2020, favorecida por um superávit recorde das contas do setor público. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (25).
A dívida bruta ficou em 79,6% do PIB no primeiro mês do ano e 80,3% em dezembro. Foi o terceiro mês seguido de recuo do indicador, que chegou a encostar em 89% do PIB no auge dos gastos de enfrentamento à pandemia da Covid-19 em 2020 e 2021.
A dívida líquida do setor público, que computa também os ativos do governo, como as reservas internacionais, foi a 56,6% em janeiro, contra 57,2% no mês anterior.
As receitas do setor público superaram as despesas não-financeiras em R$ 101,833 bilhões em janeiro, maior saldo mensal da série do BC, com início em dezembro de 2001. O saldo superou as despesas com juros no mês –que caíram na comparação com janeiro do ano passado em meio a ganhos do BC com operações cambiais– e o país teve um raro superávit nominal de R$ 84,061 bilhões, o maior já registrado.
Janeiro é sazonalmente um mês mais favorável para as contas públicas, com a concentração do recolhimento de alguns tributos e despesas menores no início do ano, e este ano a arrecadação foi impulsionada por receitas expressivas de impostos que incidem sobre o lucro das empresas e sobre o setor de petróleo e metais minerais, que têm ganho com os preços elevados das commodities. (Bahia)