Dois brasileiros estão entre os 3.700 confinados em cruzeiro no Japão

Thiago Soares em seu posto em um corredor onde ele monta guarda para manter os passageiros nas cabines Foto: Arquivo pessoal

Thiago Campos Soares, vendedor de 33 anos, embarcou no cruzeiro Diamond Princess no dia 1º — e não tem noção de quando poderá voltar à terra firme. Entre os cerca de 3.700 passageiros e tripulantes da embarcação, atracada na costa japonesa, há pelo menos 64 casos confirmados de coronavírus.

A epidemia sacolejou a rotina do cruzeiro e estreitou o contato de Soares com os passageiros. Antes do surto de coronavírus, o niteroiense trabalhava no shopping da embarcação. Como os turistas estão proibidos de sair de suas cabines, o centro comercial, o cassino e o departamento dos artistas foram fechados.

Os funcionários destes setores, então, receberam novos cargos. Soares é vigia dos corredores. Sua missão é não deixar os passageiros escapulirem de suas cabines. Três pessoas realizam esta tarefa em cada corredor.

— O serviço de quarto termina às 21h e só volta às 7h. Para impedir que os passageiros tentem sair de suas cabines neste intervalo, foram criados dois turnos de vigilância. O primeiro é das 21h às 2h; o segundo, em que eu trabalho, é das 2h às 7h — conta.

Distância mínima de um metro

Os vigias foram orientados a manter uma distância mínima de um metro dos passageiros. Se um deles tentar deixar a cabine, deve ser persuadido a voltar a seus aposentos. Caso se recuse, Soares e outros funcionários devem ligar para os seguranças da embarcação.

— Existem pessoas que aceitam o confinamento e entendem o que está acontecendo, mas há casos em que o passageiro se altera, fala que quer andar, beber e que não se importa com o vírus — diz. (O Globo)

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