Não dá. Logo em seguida ao último suspiro, o organismo começa a ter alterações metabólicas que mudam a composição do sangue. Como variações significativas (e perigosas) nos níveis de glicose e fósforo, por exemplo. Ou seja, não é mais o mesmo fluido de antes. E, mesmo se fosse, a extração não seria viável. Quando o coração para de bater, o sangue não se move mais e começa a coagular nos vasos.
Uma exceção é a de pessoas com morte encefálica, quando o cérebro já não executa mais suas funções, mas a circulação de sangue continua normalmente no corpo. Mas não acontecem transfusões nesses casos por conta de uma questão legal: uma doação de sangue só deve ser feita voluntariamente.
E o que mais importa é a doação de órgãos, vital para quem está nas filas de transplantes. No Brasil,
basta a autorização da família. Para evitar dilemas entre seus parentes neste momento tão difícil, de qualquer forma, o Ministério da Saúde aconselha: se você deseja ser doador de órgãos, avise seus familiares.
Fonte: Dr. José Mauro Kutner, hematologista e gerente médico do Departamento de Hemoterapia e Terapia Celular do Hospital Albert Einstein; Dr. Fabiano de Abreu Agrela, biólogo e Pós-PhD em Neurociências.
Superinteressante / por Alexandre Carvalho