O posicionamento de artistas aos comentários do presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem sido cada vez mais frequente na internet. Desta vez, coube ao humorista e apresentador Jô Soares, por meio de uma carta aberta, posicionar-se de maneira sarcástica contra o político.
No jornal Folha de S. Paulo, Jô publicou uma carta aberta a Bolsonaro. O foco principal de questionamento é o posicionamento do presidente ao considerar que o nazismo foi um movimento da esquerda política.
“Isso se deve ao fato de que, depois da Primeira Guerra Mundial, vários pequenos grupos se formaram, à direita e à esquerda”, disse. Em seguida, ele começa uma aula de história, falando sobre os movimentos criados na época – todos os que, por alguma tendência à esquerda, acabaram derrotados e com seus líderes mortos pela direita.
Jô, então, dá uma lista de conselhos ao presidente: “Quando chegar a um prédio e o levarem para o elevador social, entre sem receio. Isso não fará do senhor um trotskista fanático; A expressão ‘no pasarán!’, utilizada por Dolores Ibárruri Gómez, conhecida como ‘La Pasionaria’, não era uma convocação feminista para que as mulheres deixassem de passar as roupas dos seus maridos”.
Depois, ele completa: “‘Social climber’ não se refere a uma alpinista de esquerda; Rosa Luxemburgo não era assim chamada porque só vendia rosas vermelhas; Picasso: não usou o partido para divulgar seus gigantescos atributos físicos; Quanto à palavra ‘social’, ela consta até no seu partido”.
Jô ainda finaliza satirizando Bolsonaro: o convida para assistir seu espetáculo, de modo que ele sente do lado direito da plateia, vendo-o no palco apenas por essa direção. “Só que, do meu lugar no palco, eu seria obrigado a vê-lo sempre à esquerda. Espero que minha despretensiosa missiva lhe sirva de alguma utilidade”.
RD1 via Terra