Como tem sido costume na temporada, o Bahia não terá muito tempo para juntar os cacos após mais um vexame. Ainda lambendo as feridas pela eliminação na fase de grupos da Copa do Nordeste, o tricolor já enfrenta o Itabuna sábado (18), às 16h, na Fonte Nova, na partida de volta da semifinal do Campeonato Baiano. Na ida, Itabuna 1×0.
Maior vencedor do estadual, o Esquadrão percorre a marca histórica da 50ª conquista e vem de tropeços nos dois últimos anos. A última vez que o tricolor levantou o caneco foi na edição de 2020, quando superou o Atlético de Alagoinhas nos pênaltis, em Pituaçu.
Em 2021, o time caiu para o Bahia de Feira, na semifinal, com direito a derrota por 3×0 na Arena Cajueiro, em Feira de Santana. No ano passado, ficou pelo caminho ainda mais cedo ao não passar da primeira fase. O Atlético foi o campeão nas duas ocasiões.
Conquistar o título de número 50 é algo raro no futebol brasileiro. Entre todos os clubes do país, apenas o ABC já alcançou tal marca. O alvinegro potiguar é o maior campeão estadual, com 57 taças. O Bahia aparece na segunda colocação do ranking, empatado com o Paysandu, que soma os mesmos 49 títulos no Pará.
Assim como nos dois últimos anos, em 2023 a situação tricolor é complicada. Sem engrenar sob o comando do técnico Renato Paiva, o Bahia até passou com tranquilidade na fase classificatória do Baianão, em que foi o líder vencendo sete dos nove jogos. A complicação veio na segunda fase, ao perder o jogo de ida da semifinal por 1×0 e agora precisar reverter a vantagem.
O Bahia avança de forma direta à final se vencer por pelo menos dois gols de diferença. Triunfo por um gol leva a decisão para os pênaltis na Fonte Nova. O clube do sul do estado tem a vantagem do empate.
O técnico Renato Paiva transmite confiança na classificação. “No próximo jogo contra o Itabuna vamos jogar na nossa casa, nosso público. Itabuna vai jogar em função da vantagem, vamos ter que ter argumentos para fazer dois gols”, analisou.
Uma nova eliminação aumentará a pressão sobre o português. Durante a derrota em Camacan, ele ouviu gritos de “adeus” vindos da arquibancada. E amanhã, a torcida organiza um protesto no Dique do Tororó às 13h, pouco antes da partida.
O estadual se tornou a última chance do Bahia salvar o primeiro trimestre após a queda na Copa do Nordeste, marcada por goleadas contra Sport (6×0) e Fortaleza (3×0). O trabalho do Grupo City à frente do clube enfrenta sua primeira crise. O fundo investiu cerca de R$ 70 milhões em 15 contratações, mas o elenco ainda possui muitas lacunas. Mais reforços devem chegar para o Brasileirão.
Por sinal, se não conquistar este Campeonato Baiano, o Bahia amargará o seu maior jejum na competição desde 2012, quando voltou a levantar a taça após 11 anos.
De lá para cá, o maior período sem vencer o torneio foi de dois anos, em 2016 e 2017, quando o Vitória ficou com o bicampeonato, e nas edições de 2021 e 2022, vencidas pelo Atlético de Alagoinhas. (Correio)