Atração do palco principal do Pelourinho neste sábado (18), até a última quinta-feira (16) Aila Menezes não tinha certeza se poderia cantar. Em janeiro deste ano, a ex-The Voice Brasil foi internada com fortes dores abdominais e descobriu que seu intestino estava inflamado, com risco de ruptura.
Ainda em tratamento, ela chegou a ter uma participação no trio elétrico cancelada. “Eu temi não participar do Carnaval desse ano até quinta-feira, que eu tava programada pra participar com A Dama da pipoca e fui proibida pelos médicos, por estar me recuperando e fazendo tratamento. Eu tô aqui pela minha alma, pela minha felicidade, acompanhada pela equipe médica que me assiste e fui liberada. Com brevidade, o tratamento foi feito com êxito e ainda bem que eu tô aqui. Graças a Deus e aos orixás”, agradeceu.
Defensora da liberdade e do respeito aos corpos diversos das mulheres, a cantora tem outros motivos para comemorar. Após dois anos sem a festa, a baiana vê mais liberdade nas ruas nos dias de folia. “Eu vejo muitas mulheres se amando mais. Eu no Carnaval o reflexo do que a gente viveu de dois anos, nos processos de redes sociais, de mulheres que expuseram, falaram de si, das suas dores, e da importância de amar os seus corpos. Eu vejo um Carnaval muito mais livre, feliz e em paz com seus corpos. Ainda falta muito, mas eu acho que a gente caminhou um bocado”.
Para o público desta noite do Largo do Pelourinho, ela promete um show “inesquecível”: “É a primeira vez na história do Pelourinho que uma banda de pagode sobe no palco principal pra trazer a realidade das favelas, das comunidades. Trazer o que a gente tem pra dizer, pra cantar. Principalmente por ser uma banda com uma mulher à frente, ser a primeira mulher a estar em uma banda de pagode nesse Carnaval do Pelourinho, que é tão histórico, tão ancestral. Eu me sinto abençoada e fiz um repertório pra que vocês não esqueçam de mim nunca mais. E pra que as pessoas entendam que qualquer coisa pode ser pagode, mas que o pagode não é qualquer coisa.