Na busca por emprego, os intitulados “erros de português” (expressão popularizada, mas longe de ser elegante) podem atrapalhar? Depende e mostro os porquês.
Se a vaga exigir o domínio do padrão da Língua Portuguesa, o processo seletivo precisa ser justo e avisar ao candidato sobre essa exigência. Redatores, revisores textuais, professores, advogados são alguns exemplos de profissionais que necessitam de bom domínio gramatical.
Desenhista precisa dominar a norma gramatical, para garantir um novo emprego? Um desvio básico pode atrapalhar a reputação dele? Aparentemente sim, mas à primeira vista: o que vai interessar ao mercado é o resultado do trabalho, o desenho em si.
Há duas décadas, estudo a norma. Há uma, estou aqui neste espaço, mas a gramatiquice não acomete o mercado: são números expressivos, conversões, o funcionamento do produto, a boa crítica do consumidor. Contrata-se por eficiência, habilidade; às vezes, pelo gramatical, como no caso dos que escrevem, receitam, apresentam, discursam.
Quer dizer, então, que… nem tanto! Não são “oito” ou “oitenta”: os atentos à ortografia, pronúncia, concordância, correlação verbal, pronominal, pontuação demonstram histórico nos estudos, leitura, crítica aguçada aos parágrafos. Quem se dedica ao padrão entenderá o padrão (exigido em processos seletivos e diversos cargos).
Sem citar nomes, quantas autoridades e marcas são cobradas quando cometem breves deslizes ortográficos? Ministros, chefes e presidentes: não à toa, tentam seguir o padrão da língua.
De que serve a gramática? Ordenação do pensamento, adaptação ao que se padronizou em uma língua e inúmeras ferramentas à consolidação de uma mensagem convincente. Postura remete a liderança (o objetivo de muitos profissionais). Gramática cria essa consciência postural.
Para inspirar pessoas, haverá um texto bem-feito. Os que visam aos degraus mais altos escreverão as próprias palavras, o próprio discurso, revisarão e serão entendidos.
Gramática é muito além de “certo” ou “errado”. (Exame)