Erros na organização do ato do dia do trabalhador expõem desarticulação no entorno de Lula

Equipe de Lula culpa ministro e reconhece erros em série com 1º de maio esvaziado

Foto: Edi Souza/Ato Press

Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontam uma série de falhas na organização do evento em comemoração ao Dia do Trabalhador, ocorrido na quarta-feira (1º). Desde a escolha inadequada do local, distante do centro, até a falta de mobilização de parlamentares e apoiadores, a participação de Lula no evento é vista como desarticulada e prejudicial ao governo.

A baixa expectativa de público deveria ter sido informada previamente a Lula, evitando sua confirmação na presença. Após o fracasso do evento, interlocutores sugerem que teria sido mais benéfico para o presidente adiantar sua ida ao Rio Grande do Sul, afetado por fortes chuvas e necessitando de ajuda federal.

Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral e responsável pela relação com movimentos sociais no governo, tem sido alvo de críticas pelo insucesso do ato, pois teria encorajado a participação de Lula. O presidente só confirmou sua ida ao Rio Grande do Sul após apelos do governador Eduardo Leite por assistência federal.

Enquanto ignorava a situação no Sul, Lula compareceu a um evento esvaziado, o que gerou comparações desfavoráveis com mobilizações recentes de Jair Bolsonaro, além de críticas pelo uso de recursos públicos da Petrobras e da Lei Rouanet.

O pedido explícito de voto para Guilherme Boulos no pleito municipal de outubro também causou indisposição com partidos da base no Legislativo federal. A Justiça Eleitoral determinou a remoção da transmissão do ato, após acusações de propaganda eleitoral fora de época.

Boulos defendeu Lula, argumentando que suas declarações foram feitas em evento sindical e minimizando as acusações de infração eleitoral. Ele alegou que o prefeito Ricardo Nunes usou o episódio para desviar a atenção de problemas administrativos.

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