Alvo de grande procura, e já em falta em alguns lugares, máscaras que podem proteger a população do coronavírus vem registrando aumento nos preços. Além disso, profissionais de saúde apontam que o equipamento de segurança vem sendo utilizado de maneira equivocada e sem indicação. A utilização de determinados tipos de máscaras são exclusivas para profissionais de saúde, de acordo com a médica infectologista Clarissa Cerqueira.
A especialista esclarece que as máscaras cirúrgicas, que são as mais “fininhas”, são as indicadas para as pessoas que apresentam algum tipo de sintoma de resfriado. A composição deste tipo barra gotículas, que são secreções respiratórias maiores, de acordo com a médica.
“No meio dela há um filtro. Nenhum tecido que a gente produza terá esse filtro. Então, não existe você usar tecido no lugar de máscara, tem que ser a própria máscara. Ela previne a infecção por coronavírus”, esclareceu Clarissa.
Entre os tipos de máscara que devem ser utilizadas apenas pelos profissionais da saúde estão a N95 e a PFF2. Apesar da indicação para aquelas pessoas que trabalham atendendo pacientes em situações específicas, estes tipos vem sendo comercializadas nas ruas de Salvador. O uso dessas máscaras é indicado na realização de procedimentos com pacientes infectados, conhecidos como aerolização de partículas, ou aspiração de pacientes.
“Quando o profissional vai mexer na boca [do paciente], as gotículas que são maiores se transformam em microgotículas e se espalham no ar. Nesse caso, o profissional de saúde vai usar a N95, ele tem o risco de pegar essas micropartículas por conta do procedimento. Essa máscara N95 consegue filtrar essas partículas pequenas, ela é mais eficaz para casos de doenças transmitidas por aerossóis, no caso da tuberculose, sarampo e as cataporas”, explica a especialista.
Clarissa lamenta ter presenciado a comercialização e uso de máscaras N95 pela população na rua. Conduta apontada por ela como desnecessária, e que acaba gerando um problema: a falta do produto para aqueles que realmente necessitam. “O fisioterapeuta diz que não vai fazer os procedimentos, por conta do risco e o paciente sofre com isso. Nem os hospitais estão encontrando. Esse é o problema. Não existe necessidade das pessoas comprarem essas máscaras. Ninguém faz esses procedimentos em casa. Ando na rua e todos usando essas máscaras”, mostrou desapontamento.
A infectologista reafirma que para a população a máscara cirúrgica é a indicada. Ela impede que os pacientes com sintomas transmitam o vírus para outros de forma direta. “Do contrário, não adianta nada usar as N95 sem sintomas, aí não lava a mão e coça o olho, e contrai a doença”, advertiu Clarissa.
Conheça os tipos de máscaras:
por Mauricio Leiro / Jade Coelho – Bahia Notícias