Especialistas apontam início de terceira onda em Salvador

Foto: Agência Brasil

Uma terceira onda de casos de Covid-19 já começa a preocupar os médicos que atuam diretamente no combate à pandemia em Salvador. “Para mim a terceira onda já começou. O boom de casos nos últimos dias foi impressionante”, avalia o infectologista Fábio Amorim, membro da equipe do Hospital Couto Maia.

O médico explica que o perfil dos pacientes está diferente, o que torna a nova onda de casos mais preocupantes. “Agora os pacientes são mais jovens, e que suportam mais tempo internados. O que acaba deixando os leitos indisponíveis por mais tempo”, explica. O infectologista diz que o aumento se intensificou desde o final da última semana. “Logo antes do Dia das Mães tivemos uma pequena redução. Mas desde o final da semana passada passamos a ver enfarmarias que estavam bastante vazias passarem a uma ocupação de 25%, Em 48h vimos a mesma enfermaria lotar”, diz sobre a realidade do hospital que atende.

O pesquisador e virologista Gúbio Soares faz coro à preocupação. “O que acontece é que cada vez que as medidas são flexibilizadas um pouco a população deixa de respeitar. Começa a aglomerar, a deixar os cuidados de lado. O prefeito está certo em se preocupar. Já é visível esse aumento de casos”, opina.

Mais cedo, o prefeito Bruno Reis, disse em coletiva de imprensa que a chegada da terceira onda é algo possível. “Amanhecemos com 79% de ocupação dos leitos de UTI. Na sexta tínhamos apenas um paciente aguardando regulação, amanhecemos hoje com 12. Há um número crescente de pacientes aguardando leitos de enfermaria, são 16. Esse número tem aumentado bastante. Precisamos cada vez mais nos cuidar. Nós tomamos as decisões sempre acertadas em Salvador, por mais duras que elas fossem. Também tivemos a coragem de reabrir a economia e as atividades. Faço um apelo para que nós não tenhamos que adotar novas medidas de isolamento. Precisamos nos cuidar. Há um risco, sim, de passarmos por uma terceira onda. O mundo passou por uma terceira onda”, disse, acrescentando que a prefeitura está aplicando na Saúde “praticamente todo o orçamento de outras ações”, disse. (Metro1)

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