O debate sobre a presença de atletas transexuais em esportes femininos ganhou uma repercussão mundial nos últimos dias, após o nadador transgênero Lia Thomas vencer a principal competição de natação da liga universitária dos Estados Unidos, superando as concorrentes mulheres.
Após receber o título da Associação Atlética Nacional de Colegiados (NCAA) de 500m de nado livre, no entanto, Lia Thomas passou a ser alvo de críticas por parte de algumas atletas mulheres, como a nadadora húngara Reka Gyorgy, que perdeu um lugar na final por um ponto.
“Dói bastante. Esta é a minha última reunião da faculdade e me sinto frustrada. Parece que aquele lugar final foi tirado de mim por causa da decisão da NCAA [entidade organizadora da competição] de deixar alguém que não é uma mulher biológica competir”, disse Reka em um documento enviado à NCAA.
A organização conservadora American Principles Project também se manifestou. Segundo a entidade, o fato do nadador trans ter iniciado o procedimento de terapia hormonal contra a sua genética masculina, não foi suficiente para lhe tornar um competidor equivalente às mulheres biológicas.
“Lia Thomas passou 21 anos de sua vida como homem. Ele começou a competir contra mulheres na natação este ano e se tornou campeão nacional. Os esportes das nossas filhas não são um plano B para atletas masculinos fracassados”, protestou a organização pelas redes sociais.
Perdeu o título
Com a polêmica, o governo da Flórida resolveu retirar o título de campeão de Lia Thomas, passando a reconhecer oficialmente a nadadora Emma Weyant, que havia ficado em 2° lugar na competição, como a campeã da Associação Atlética Nacional de Colegiados.
“Ao permitir que os homens possam competir nos esportes femininos, a NCAA está destruindo as oportunidades para as mulheres, zombando de seus campeonatos e perpetuando uma fraude”, escreveu o governador DeSantis em seu Twitter.
“Na Flórida, rejeitamos essas mentiras e reconhecemos Emma Weyant, de Sarasota, como a melhor nadadora feminina dos 500 metros livre”, completou o político.
Apesar do reconhecimento oficial de Emma como campeã, uma das nadadoras que competiu com Thomas disse não concordar com a decisão. Erica Sullivan, que é assumidamente uma muher homossexual, defendeu o nadador.
“Como qualquer outra pessoa neste esporte, Lia treinou com disciplina para chegar onde está e seguiu todas as regras e diretrizes colocadas diante dela. Como qualquer outra pessoa neste esporte, Lia não vence todas as vezes”, disse ela, segundo a BBC.
por Will R. Filho / Gospel +