Estudo internacional aponta impacto do bullying no desempenho escolar de estudantes brasileiros

Vítimas de bullying chegam a apresentar até 72 pontos a menos em matemática e ciências, segundo o Timss.

O bullying tem impacto direto no desempenho escolar dos estudantes brasileiros, de acordo com dados do Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss), divulgado nesta quarta-feira (4). Esta é a primeira vez que o Brasil participa do estudo, que avalia conhecimentos em ciências e matemática de alunos do 4º e do 8º ano do ensino fundamental.

Os números revelam que estudantes que relataram sofrer bullying regularmente apresentaram uma média de até 72 pontos a menos nas avaliações em comparação com colegas que disseram nunca ou quase nunca ter sofrido esse tipo de violência.

Dados do estudo

No 4º ano, 24% dos alunos afirmaram ser vítimas de bullying, alcançando médias de 368 pontos em matemática e 387 pontos em ciências, ambos abaixo do nível considerado mínimo de proficiência, que é de 400 pontos.

Em contraste, os 48% dos alunos que disseram não sofrer bullying tiveram médias de 427 em matemática e 459 em ciências, atingindo níveis significativamente mais altos.

No 8º ano, a situação é semelhante. Dos 23% que relataram sofrer bullying, as médias foram de 346 em matemática e 384 em ciências. Já entre os 43% que afirmaram nunca ou quase nunca ser vítimas, as médias chegaram a 403 em matemática e 446 em ciências.

O que é bullying?

Bullying é caracterizado como atos de violência física ou psicológica, repetitivos e intencionais, que causam dor e angústia à vítima. Entre os exemplos estão apelidos ofensivos, expressões preconceituosas, isolamento social, insultos e ataques físicos. Essa violência pode ocorrer tanto presencialmente quanto no ambiente digital.

A lei contra o bullying no Brasil

No Brasil, a Lei 13.185/2015 estabelece medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying. A norma determina que escolas, clubes e associações recreativas promovam ações para prevenir e diagnosticar a prática, além de oferecer apoio às vítimas.

O estudo do Timss reforça a necessidade de combater o bullying, destacando o impacto severo que ele tem não apenas na saúde emocional, mas também no desempenho acadêmico das vítimas.

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