O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tentou vender um relógio da marca Rolex recebido pela presidência da República durante viagem oficial, conforme mostram documentos que foram apresentados na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os atos golpistas que desembocaram no 8 de Janeiro.
Em mensagens de e-mail reveladas pelo jornal O Globo nesta sexta-feira (4), Mauro Cid tenta vender o relógio por 60 mil dólares, quantia equivalente a aproximadamente R$ 291 mil.
O interlocutor, que negociava com o então ajudante de ordens de Bolsonaro, não foi identificado, mas o relatório apresentado à CPI mostra que a assessora do Gabinete Adjunto de Informações da presidência, Maria Farani, intermediava as negociações por Cid.
“Olá Mauro, obrigada pelo interesse em vender o seu Rolex. Tentei falar com você por telefone mas não consegui. Pode por favor me falar se você tem o certificado de garantia original do relógio?”, pergunta Maria Farani.
“Quanto você espera receber por essa peça? O mercado para Rolex usados está em baixa, especialmente para relógios cravejados de platina e diamante (já que o valor é tão alto). Só queria me certificar de que estamos na mesma linha antes de fazermos muita pesquisa. Espero ouvir notícias suas”, complementa a assessora.
Cid, então, dá o preço do Rolex a ser negociado e garante que a peça jamais foi utilizada antes por qualquer outra pessoa.
“Nós não temos o certificado do relógio, já que foi um presente recebido em viagem oficial de negócios. O que temos é o selo verde de certificado superlativo, que acompanha o relógio. Além disso, posso certificar que o relógio nunca foi usado. Pretendo receber por volta de $ 60.000 pela peça. Agradeço o retorno rápido”, respondeu Cid. (Bnews)