Criador de personagem gay em S. A. de Jesus faz sucesso e aponta: “Doroth é um canal de humor”

Foto: Voz da Bahia
Foto: Voz da Bahia

No programa Meio-dia e Meia desta quinta-feira (05) esteve presente nos estúdios do Voz da Bahia, Doroth Ranyely, um personagem gay interpretado pelo humorista Antônio Lucas.

SOBRE A PERSONAGEM:

Biomédico, teólogo, além de lecionar karatê para crianças e morador de Santo Antônio de Jesus, Lucas está há 10 meses afastados das clínicas para dá vida ao que ele diz ser uma criação que conquistou, “na verdade, descobriram a Dorothy para mim. Desde a época da escola que eu sempre me envolvia na parte teatral, gostava de fazer apresentações e as pessoas diziam: ‘- Lucas você tem que fazer teatro, tem que fazer arte cênica!’ –  E aí enveredei para o caminho da biomedicina”, conta. Antônio ainda revela que no período acadêmico, as pessoas brincavam e o incentivavam a seguir a arte, “sempre diziam que eu estava fazendo o curso errado”, brincou.

A IGREJA:

Durante a entrevista, o artista revelou que além da biomedicina, estudou teologia e chegou a exercer funções dentro da Igreja Assembléia de Deus, indo seguir o evangelho, “fiz quatro anos de teologia, cantava e pregava na igreja; sempre fui envolvido nesse tipo de segmento e não deixa de dá uma certa experiência vocacional, pois esse segmento me deu uma melhor ligação e facilitou o meu diálogo com o público”, explicou.

PRECONCEITO:

Lucas é casado e afirma que houve no início, uma dificuldade de aceitação não só da sua esposa, mas dos seus pais também, “no início houve um certo preconceito, mas todo início é meio complicado. Lembrar que para começar a fazer o projeto do Doroth Ranyely, eu abri mão de uma carreira que eu já desenhava há 7 anos, que era como biomédico. Cheguei a ser coordenador do HRSAJ (Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus), trabalhei no Hospital Incar, trabalhei para o Luiz Argolo, ou seja, a gente estava construindo uma ideia do Lucas, biomédico e etc. De repente, a gente teve que desconstruir essa ideia para criar a ideia da Doroth Ranyely. Para muita gente foi uma loucura, para minha mãe foi loucura, para meu pai nem tanto, pois o mesmo é cabeça aberta”, relata.

EXPERIÊNCIA:

Lucas explica que o projeto Doroth Ranyely tem mais de 20 mil seguidores nas suas redes sociais e é vendido como um show de humor para as prefeituras, além de apresentações em festas, inaugurações e eventos. Porém, o humorista certifica que não largou o jaleco, “eu dou palestras para pessoas na área de saúde falando de estratégias motivacionais, falando como eu fiz para em sete anos me tornar o coordenador do maior hospital do recôncavo. Fui o único biomédico que trabalhou na indústria farmacêutica da Natulab. Então eu trago um pouco na minha experiência e falo para o público da saúde”, expôs.

ACEITAÇÃO:

Ainda sobre os preconceitos e aceitação na sociedade, Lucas conta que sempre procurou estudar bastante para não deixar se levar por opiniões de terceiros, “na maioria das vezes as pessoas não têm o conhecimento sobre determinados assuntos, só porque ouviu outras pessoas falarem. Antes de tomar quaisquer atitudes em minha vida eu estudei e procurei entender de fato alguns preceitos que precisava estabelecer na minha cabeça e aí decidi com a mente super aberta e coração aberto brincar com essa criação. Hoje a Doroth Ranyely, além de um canal de humor, é um canal de auto-ajuda, um canal onde a gente faz apologia as coisas boas, a importância da família, e eu trago isso da melhor forma possível pois trago como exemplo da minha família, eu brinco dizendo que os estories da Doroth é a novela da vida real”, relata.

HUMOR:

Para complementar, o biomédico ratifica que seu personagem tem a função de trazer alegria e risos as pessoas, “a gente tenta trazer contentamento até onde não; a gente tenta desmistificar esses problemas no mundo, todos que estão acontecendo, sem fazer apologia as coisas ruins, podendo entrar assim em todos os lares de forma ”, complementa.

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA ABAIXO:

Reportagem: Voz da Bahia

google news