As exportações baianas tiveram uma queda de 31,5% no mês de agosto, se comparado ao mesmo período de 2019. A porcentagem equivale a US$ 453 milhões. Na mesma base de comparação, tendo como perspectiva os impactos gerados pela Covid-19, também foi observada queda nas importações, caindo 51,6%, atingindo US$ 267,4 milhões.
As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
De acordo com a autarquia, o recuo nas vendas externas do agro já era esperado, com destaque para a redução de 15,6% nos embarques de soja, principal produto da pauta de exportação do estado.
O comportamento da commodity segue influenciando a exportação, cujo perfil teve processo de primarização acelerado com a pandemia. Já o setor de papel e celulose, teve queda de 21,6% nos embarques em agosto, afetado pelos estoques mundiais elevados, aliado ao estrago que os baixos preços provocaram nas margens dos produtores, a despeito da desvalorização cambial.
Só em agosto, os preços médios dos produtos baianos vendidos ao exterior tiveram desvalorização de 24,2%, enquanto que no acumulado do ano, a queda chegou a atingir 31,6% em média. O volume embarcado (quantum) teve em agosto recuo de 9,7%, enquanto que no ano, o crescimento ainda é robusto: 36,6%.
Para os outros segmentos da pauta de exportações, houve crescimento na receita em agosto sobre igual mês de 2019, apenas em frutas e suas preparações (23,6%), café e especiarias (53,8%) e minerais (56%), dentre os mais significativos. Já o desempenho negativo é encabeçado por ordem de importância para soja e seus derivados com queda de 7,4%; papel e celulose (-43,4%); produtos químicos (-36,3%); metais preciosos (-23,1%); produtos metalúrgicos (-66,8%) e algodão e seus subprodutos (-32,5%).
No total, dos 19 segmentos acompanhados pela SEI, apenas cinco tiveram desempenho positivo no mês, quando comparados ao mesmo período de 2019. No acumulado do ano, esse grupo sobe para nove segmentos.
IMPORTAÇÕES
As importações baianas voltaram a despencar em agosto com retração de 51,6%, depois da contração recorde em julho que chegou a 66%. As compras externas atingiram em agosto US$ 267,4 milhões e já acumula queda de 42,7%, quando comparados a igual período do ano anterior.
Todos os setores apresentaram retração sobre o mesmo mês do ano passado, com o maior impacto nas compras de combustíveis que variaram negativamente em (-99,3%); produtos intermediários (-50%), seguido pelos bens de capital (-16,1%) e bens de consumo (-4,6%). (Bahia Notícias)