Um grupo extremista esteve à frente de um centro e saúde, em Recife, na tarde deste domingo (16), para impedir que uma criança de 10 anos, do Espírito Santo, grávida após ter sido estuprada pelo tio, interrompa a gestação. De acordo com informações da Folha de Pernambuco, o grupo hostilizou o médico responsável pelo procedimento e a vítima ao entrarem no perímetro do hospital.
A menina foi levada para o Recife para a realização do procedimento. O destino estava sob sigilo, mas foi divulgado por uma líder extremista nas redes sociais. No inquérito da Polícia Civil que investigou o crime, a vítima disse que era estuprada pelo companheiro da tia dela há ao menos quatro anos e que não havia relatado os abusos sexuais que sofria porque era ameaçada. O aborto foi autorizado pela Justiça para preservar a vida da vítima.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) ressaltou a legalidade do procedimento que será realizado neste domingo:
A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informa que segue a legislação vigente em relação à interrupção da gravidez (quando não há outro meio de salvar a vida da mulher, quando é resultado de estupro e nos diagnósticos de anencefalia), além dos protocolos do Ministério da Saúde (MS) para a realização do procedimento, oferecendo à vítima assistência emergencial, integral e multidisciplinar. Em relação ao caso citado, é importante ressaltar, ainda, que há autorização judicial do Espírito Santo ratificando a interrupção da gestação. É importante reforçar, também, que o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE) é referência estadual nesse tipo de procedimento e de acolhimento às vítimas. Por fim, ratifica-se que todos os parâmetros legais estão sendo rigidamente seguidos. (BN)
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