Família de Bernadete Pacífico deixa quilombo na Bahia, diz filho

Crime aconteceu na quinta-feira (17), na Região Metropolitana de Salvador. Até esta terça (22), ninguém foi preso.

Foto: Globo

Os familiares da líder quilombola Mãe Bernadete, assassinada a tiros dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares na noite de quinta-feira (17), deixaram o quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região metropolitana de Salvador, na Bahia.

Até esta terça-feira (22), cinco dias após o homicídio, ninguém foi preso. A decisão foi tomada após a família ter aceito a solicitação de proteção feita pelo governo da Bahia. A medida é uma espécie de “proteção informal”.

A Polícia Militar escoltará o filho e o neto da líder quilombola durante o período, segundo o advogado da família, David Mendez. Ele diz que a saída da família de Bernadete do local causou uma desmobilização na comunidade.

Outros moradores também querem deixar o quilombo por causa do medo provocado pelos assassinatos da líder quilombola e do filho dela, Flávio Gabriel Pacifico, morto há seis anos.

Jurandir Pacífico ainda rechaçou uma das linhas de investigação apontadas pelo governador Jerônimo Rodrigues como a principal, relacionando a morte da ativista e religiosa à atuação do tráfico de drogas.

“O crime de Binho tinha tudo pra ser elucidado e nunca foi. A família rechaça completamente essa hipótese do crime ter sido a mando do tráfico. Não foi. Pode sido terceirizado, o cara [mandante] terceirizou o serviço. Que se investigue e pegue o verdadeiro assassino”, afirmou Jurandir.

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