A festa junina é uma tradição cultural no Brasil que concilia o período de colheita em certas regiões do país com a herança religiosa do catolicismo, religião predominante ao longo dos últimos séculos. Nesse período, surge a pergunta: o cristão pode participar desses eventos?
O assunto foi abordado pelo canal Perguntar Não Ofende, no YouTube, com um vídeo gravado pelo pastor Heber Campos Jr., que dirige a Igreja Presbiteriana Parque das Nações, em Santo André (SP).
A introdução ao assunto foi feita pela perspectiva dos pais de crianças em idade escolar, que geralmente são introduzidas à festa junina em atividades realizadas por professores ou mesmo pelas escolas, de forma geral.
Para Heber, a festa junina tem que ser olhada pelo cristão de forma realista: “Não dá para negar que ela tem um pano de fundo religioso”, diz o pastor e escritor. “As festas juninas estão associadas ao apego aos santos, e os santos são, na cultura católica romana brasileira, são aqueles a quem a gente apela para obter certas bênçãos”, contextualizou.
“A Reforma Protestante rompeu com a ideia de qualquer outro mediador, seja Maria, sejam os santos, qualquer outra fonte de mérito que não o nosso Cristo. Ele é o único mediador entre Deus e os homens, e por conta disso, aquilo que as festas juninas representam – que de certa maneira estão atreladas aos dias dos santos – não combinam com a fé de quem é um protestante, de quem é um evangélico”, acrescentou.
‘Festa junina é cultural’
O pastor lembrou que as culturas carregam elementos que podem ou não convergir com a Palavra de Deus, e exatamente por isso é que o cuidado deve ser redobrado: “Em outras culturas, como por exemplo, nos Estados Unidos da América, você tem o Halloween. Muitas pessoas enxergam o Halloween como sendo meramente cultural, assim como festas juninas”.
Citando o carnaval como exemplo de festa cultural, Heber Campos aprofundou seu argumentando: “Culturas nunca são moralmente neutras. Culturas têm expressões que evidenciam conformidade, ou falta de conformidade à lei de Deus. Quando a gente fala do ‘jeitinho brasileiro’, se for a habilidade de ser criativo, isso é bom; mas se por ‘jeitinho’ você quer dizer ‘jeito de burlar certas regras, isso não é bom, isso é imoral”.
“A gente poderia usar o exemplo do ‘jeitinho brasileiro’ para dizer que existem aspectos dele que são moralmente aprovados e moralmente reprováveis. É a mesma coisa com festividades. A gente tem que analisar culturas sempre a partir desse referencial bíblico de ser moralmente aprovado ou reprovado. Então, por favor, nunca use esse argumento de dizer ‘é cultural’; ‘faz parte da nossa cultura’, porque a nossa cultura tem coisas que são boas, e que devem ser continuadas, e coisas que não são boas”, finalizou o pastor Heber Campos Jr. (Gospel Mais)