Desde o início da Série A, a palavra “eficácia” – ou a falta dela na prática – tem rondado o Bahia. O tema é recorrente nas entrevistas coletivas dos jogadores e do técnico Renato Paiva, que costuma ver a equipe tricolor superior aos adversários na maioria dos aspectos, “exceto nos gols”.
De acordo com o site FootStats, o Bahia finalizou 276 vezes em 21 jogos – dessas, 99 foram na direção da meta adversária e 22 balançaram as redes. Os dados mostram que o Tricolor precisa de 12,5 finalizações para comemorar um gol. Essa é a quinta pior média entre os 20 times: apenas Goiás (12,8), Internacional (13,9), Cruzeiro (14,2) e Vasco (16,2) precisam de mais tentativas para marcar.
Na derrota para o Botafogo, inclusive, esse foi o ponto destacado pelo treinador do Esquadrão. Paiva chamou o placar de 3 x 0 de “ingrato”, já que considerou uma boa exibição da sua equipe, principalmente no primeiro tempo. Foram 17 x 10 em finalizações para o time baiano na partida.
“Não tem outra forma de definir este jogo que não seja a vitória da eficácia. […] O Botafogo tem sido muito competitivo, é uma equipe muito eficaz, que não precisa de muitas oportunidades para fazer gol, e nós precisamos, essa é que a grande verdade”, disse.
Nos reveses para Internacional (2×0) e Grêmio, ainda no primeiro turno, o discurso do técnico foi o mesmo. “Fica este sabor amargo. Não fizemos os gols que tínhamos de fazer. A segunda parte nao há dúvida, a equipe abaixou, as coisas nao funcionaram tão bem, ao contrário do adversário”, lamentou Paiva no jogo que terminou em 2×1 para os gaúchos.
Sem um homem-gol
A ineficácia passa, principalmente, pela baixa produção dos centroavantes à disposição do treinador. No entanto, até o fim da temporada, a tendência é que a vaga no time titular continue sendo ocupada por Everaldo ou Vinicius Mingotti.
Em 18 jogos na Série A, 12 como titular, Everaldo tem apenas três gols anotados. Foram 1068 minutos em campo até agora. Já Mingotti, marcou duas vezes em 13 partidas, sete como titular, com 557 minutos jogados.
Sem um homem de referência, Paiva justificou a alternância entre os atacantes. Segundo ele, o escolhido será o que melhor se encaixa na estratégia para a partida da vez, explicação dada pelo treinador contra o Bragantino. “Foi por questão estratégica, pelo comportamento defensivo do Bragantino. O Mingotti dá opções que o Everaldo não dá nesse sentido”.
O Bahia – que beira a zona de rebaixamento na 16ª posição, com 21 pontos – volta a testar sua eficácia no próximo domingo (3), quando recebe o Vasco na Arena Fonte Nova. As equipes duelam a partir das 18h30, pela 22ª rodada do Brasileirão. (metro1)