Os fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que atuam na Amazônia acusam os comandos militares envolvidos na missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ambiental de terem se recusado, por três vezes, a dar suporte a operações de combate a garimpeiros ilegais. Segundo documento obtido pelo jornal O Globo, as forças do Exército usaram como justificativa a possibilidade de que as ações levariam à destruição de equipamentos dos infratores.
No ofício encaminhado no dia 23 de setembro pela coordenação de operações de fiscalização à coordenação-geral de fiscalização do Ibama – diretamente ligada ao presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim -, o órgão relata que, por três vezes, os comandos militares que atuam na GLO na Amazônia negaram apoio às ações de combate a garimpos ilegais na região.
“Foi reportado pelos coordenadores de campo três situações em que embora as bases do GLO e as bases do GCDA estivessem articuladas no mesmo município e no mesmo período os Comandos Militares recusaram-se a prestar apoio devido ao fato de que a ação do IBAMA pudesse acarretar destruição de bens”, diz um trecho do documento. CGDA é a sigla para Coordenação Geral de Defesa e Área.
A destruição de equipamentos, autorizada por um decreto de 2008, é um tema sensível para o governo de Jair Bolsonaro, que já chegou a anunciar que iria editar uma norma para mudar os critérios de aplicação da prática. Procurado pelo jornal O Globo sobre a recusa de ajuda ao Ibama nas ações, o Ministério da Defesa enviou nota em que não trata diretamente do tema.
(Metro1)