Flamenguista que morreu em viagem para ver jogo nunca tinha comido camarão

Diego Rodrigues, 26, em Copacabana antes da tragédia; ele sonhava em conhecer o Maracanã (Foto: Reprodução)

Um torcedor do Flamengo que viajou de ônibus de Mogi Mirim, interior de São Paulo, para o Rio de Janeiro para realizar o sonho de ver seu clube do coração jogar a semifinal da Libertadores, no Maracanã, morreu após passar mal na praia de Copacabana, nesta quarta-feira (23), horas antes da partida contra o Grêmio.

Amigos de Diego Fernandes, 26 anos, contaram que ele passou mal após comer camarão pela primeira vez na vida. Ele foi socorrido, mas morreu no hospital. Diego deixa mulher e uma filha pequena. As informações são do GloboEsporte.com.

O grupo, que embarcou de volta ao interior de São Paulo no começo da noite, após os trâmites com o serviço funerário, conseguiu vender os ingressos e vai doar o dinheiro arrecadado para ajudar a família de Diego. “Pagamos R$ 230 cada ingresso, e conseguimos R$ 3 mil para a família”, contou um amigo.

Diego e mais quatro torcedores e amigos de Mogi Mirim se organizaram para realizar o sonho de ver o Flamengo no Maracanã depois de anos de expectativa.

Na praia, o grupo de amigos, que incluiu ainda um torcedor do Flamengo de Piracicaba (SP), alugou cadeiras de praia e resolveu comer espetinhos de camarão.

“O Diego falou que nunca tinha comido camarão. Falei pra ele experimentar. Ele comeu só dois. Depois de quatro minutos, a voz dele já tinha mudado. Ele falou que a garganta estava formigando, e dois amigos nossos foram com ele procurar uma farmácia. O Diego nem chegou a atravessar a avenida em Copacabana. Acabou desmaiando”, explica Leonardo Alves, o amigo da vítima.

Ele lembra que o desespero tomou conta do grupo, que foi cercado por curiosos, mas não conseguiu uma ambulância. Um vendedor de peixe é que ofereceu ajuda, e parte dos amigos subiu no baú do caminhão para levá-lo ao hospital.

“Chegamos na porta do Hospital Copa Star, e a equipe logo atendeu ele. Prestaram os primeiros socorros, levaram para a UTI, mas foi tudo muito rápido. Foi um clima muito tenso, eles fizeram o que podiam, mas ele morreu”, lamentou.

Apesar de ter nascido no Rio, Diego vivia no interior de São Paulo há 20 anos e deve ser enterrado em Mogi Mirim.

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