Durante o velório do papa Francisco nesta quarta-feira (23), uma cena comovente rompeu o protocolo oficial da cerimônia no Vaticano. A freira francesa Geneviève Jeanningros, de 81 anos, permaneceu ao lado do caixão do pontífice por vários minutos, chorando e rezando em silêncio, enquanto cardeais e bispos prestavam suas últimas homenagens.
Segundo o jornal El Mundo, apenas membros da hierarquia e funcionários do Vaticano costumam ter acesso prioritário ao corpo do papa. No entanto, a Guarda Suíça abriu uma exceção para Geneviève, em reconhecimento à relação de amizade que mantinha com Francisco.
A presença da religiosa foi interpretada como um gesto condizente com os desejos do próprio pontífice. Geneviève visitava o papa semanalmente às quartas-feiras e era chamada carinhosamente por ele de enfant terrible, expressão francesa usada para descrever pessoas inovadoras e fora dos padrões.
Ela atua junto a minorias sociais e vive em um trailer no bairro de Ostia, em Roma, ao lado de trabalhadores do Luna Park, incluindo pessoas LGBTQIAP+ e em situação de vulnerabilidade.
O velório foi aberto ao público às 6h (horário de Brasília), reunindo cerca de 20 mil pessoas na Praça de São Pedro. O caixão será fechado na próxima sexta-feira (25), às 15h, em rito conduzido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell.
A missa de corpo presente será celebrada no sábado (26) pelo cardeal italiano Giovanni Battista. Após o sepultamento, a Igreja Católica inicia o tradicional período de nove dias de luto e orações.