Eric Frohnhoefer rebateu críticas feitas pelo bilionário sobre a performance da plataforma e acabou sendo desligado
O desenvolvedor Eric Frohnhoefer foi demitido após confrontar publicamente o novo chefe, Elon Musk no Twitter. A briga começou quando o bilionário twittou na manhã de domingo (13) que queria “pedir desculpas pelo Twitter ser superlento em muitos países”. Em resposta, Eric afirmou: “Passei (aproximadamente) 6 anos trabalhando no Twitter para Android e posso dizer que isso está errado.”
O patrão e o empregado seguiram então discutindo na rede social sobre questões técnicas relacionadas ao desempenho do aplicativo no sistema Android,
Questionado sobre o que havia feito para corrigir o problema de lentidão, Eric respondeu: “Fizemos muito trabalho para melhorar o desempenho e descobrimos que ele se correlaciona bem com o aumento do UAM (Mercado de anúncios unificado) e dos gastos com anúncios. Concordo, há muito espaço para melhorias de desempenho no Android. No entanto, não acho que o número de solicitações seja o principal problema.
Um usuário da plataforma então criticou o desenvolvedor por expor uma conversa que deveria ter sido feita de maneira privada na empresa, e Eric respondeu que “talvez ele (Musk) devesse fazer perguntas em particular. Talvez usando Slack ou e-mail.”
“Com esse tipo de atitude, você provavelmente não quer esse cara em sua equipe”, comentou outro internauta, marcando Elon, que respondeu: “Ele está demitido!”
O comentário sobre a demissão foi apagado pouco depois, mesmo assim, já na segunda-feira (14), o computador da empresa que estava com Eric foi bloqueado remotamente e ele foi informado da demissão.
“Ninguém confia mais em ninguém dentro da empresa”, disse Eric à Forbes. “Como você pode funcionar? Os funcionários não confiam no novo gerenciamento. O gerenciamento não confia nos funcionários. Como você acha que algo poder ser feito?”
Demissões
Ainda quando estava em período de negociação, o bilionário Elon Musk declarou a investidores que planejava demitir 75% dos funcionários do Twitter. Os cortes enxugariam a empresa das atuais 7,5 mil pessoas para cerca de 2 mil, segundo reportagem do jornal americano Washington Post, que teve acesso a documentos confidenciais da companhia.
As demissões seriam para melhorar a eficiência do Twitter, considerada pelo bilionário uma “empresa inchada”, diz o Post. Na visão de Musk, após demitir os funcionários de menor performance, sua gestão dobraria a receita da empresa em três anos e triplicaria o número de usuários monetizáveis ativos por dia (MDAUs, na sigla em inglês) na rede social no mesmo período. Não foram fornecidos detalhes sobre como essas metas seriam atingidas.
Após a compra, o primeiro ato de Musk como proprietário do Twitter foi demitir os principais executivos do alto escalão da companhia: o então presidente executivo, Parag Agrawal; o chefe financeiro, Ned Segal; e Vijaya Gadde, chefe do Departamento Jurídico, Políticas e Confiabilidade.
De acordo com a Bolsa de Nova York (NYSE), a negociação de ações do Twitter já está suspensa e não vai mais aparecer no pregão. A intenção de Musk é tornar o Twitter uma companhia privada, movimento incentivado pelo fundador da companhia, Jack Dorsey.
“A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter uma ‘praça pública digital’, onde uma ampla gama de crenças possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência”, explicou o Musk, em carta para o mercado publicitário publicada no Twitter na manhã desta quinta. (Correio)