A Polícia Federal (PF) indiciou nesta sexta-feira (20) sete funcionários da mineradora Vale, além de seis da empresa de consultoria alemã Tüv Süd, por falsidade ideológica e uso de documentos falsos no caso do rompimento da barragem, ocorrido em Brumadinho (MG) em janeiro desse ano. As empresas também foram indiciadas, no entanto, nenhum dos indiciados pertence ao alto escalão da Vale.
De acordo com PF, houve elaboração fraudulenta do relatório de revisão periódica de segurança da barragem e por isso, na declaração de condição de estabilidade. Os registros foram apresentados pela Tüv Süd em junho de 2018, que também realizou inspeção de segurança em setembro, gerando mais um documento supostamente fraudado.
O delegado Luiz Augusto Nogueira afirma que as provas do crime são robustas. Foram ouvidas 80 pessoas e realizadas 34 perícias. “A elaboração dos documentos envolvidos ocorre em um nível técnico. Não chega a ser trabalhada pela gestão da empresa. Isso não exime a empresa ou os gestores pelas práticas dos demais crimes que continuam sendo investigados: os crimes contra a vida e os crimes ambientais”, disse.
Os crimes ambientais e contra a vida continuam sendo apurados. Segundo Nogueira, ainda serão realizadas perícias para caracterizar os outros crimes. As apurações buscam também identificar condutas individualizadas de cada um dos possíveis responsáveis e avaliar se houve dolo. Procurada, a Vale informa em nota que avaliará detalhadamente o inteiro teor do relatório antes de qualquer manifestação de mérito. (Metro1)