A Fundação Dr. Jesus, presidida pelo deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), recebeu denúncias sobre irregularidades em tratamentos terapêuticos. Segundo matéria veiculada pelo Fantástico, da Rede Globo, na noite deste domingo (19), há relatos de castigos físicos e humilhações, como doutrinação religiosa e repressão sexual.
Conforme mostra a reportagem, um dos acolhidos relatou estar de castigo, podendo se alimentar “apenas de arroz por três dias”. Em outra situação, Isidório afirma que pessoas transgênero são diabólicas.
“Você deixou o Diabo lhe enganar. Você deixou o médico cortar seu pé de sofá. Ela só pensa que tem ‘bilau’. O Diabo diz ao homem que ele pode ser mulher, aí ele se veste todo, bota silicone”, disse o deputado em um dos áudios.
Em outro momento, Isidório aparece com um facão na mão, e zomba da medicina: “Meu psiquiatra chegou. Seu psiquiatra chegou”. “Cabelinho quer rapá. Vai procurar um jegue. Você nasceu foi macho, rapaz”, diz o pastor em outra filmagem.
Durante dois meses de investigação, o Fantástico encontrou este e outros exemplos de descaso pela ciência no tratamento de dependentes químicos em instituições que recebem dinheiro público. Os repórteres estiveram da Fundação Dr. Jesus e em outras comunidades terapêuticas que dizem contar com psiquiatras, psicólogos e enfermeiros no atendimento a pacientes.
As chamadas comunidades terapêuticas recebem dependentes em álcool e drogas que têm que se internar por livre e espontânea vontade.
Ainda de acordo com o Fantástico, em 2019, somente do Ministério da Cidadania, que é o responsável pelo programa de comunidades terapêuticas, saíram mais de R$ 81 milhões. No ano passado, o valor chegou a R$ 134 milhões, um aumento de 65%. (Fonte: Bahia.ba)